terça-feira, 31 de julho de 2007

Mais David LaChapelle...



Intimacy - Intimidade (2001)

A Incomunicabilidade No Amor

Ela vai todas as quartas-feiras a casa dele e fazem sexo. Ela chama-se Claire; ele Jay. Não se conhecem minimamente e apenas trocam algumas frases de circunstância. O que importa ali é o encontro dos corpos e a obtenção do prazer num par de horas. Só que um dia ela não aparece... e ele sente um enorme desejo de a seguir... e tudo mudará com a introdução das "palavras" naquela relação tão singular. O filme-choque de 2001, de Patrice Chéreau, contém um conjunto de cenas de sexo que pasmaram plateias e até os críticos mais conservadores. De facto, a entrega dos actores é admirável e essas cenas nunca são exibidas com o rótulo de "gratuitas"; é mesmo fundamental para a história que tais conteúdos imperem de uma forma real e despojada, até porque o próprio filme serve-se do realismo (britânico até) para veicular as linhas fortes do argumento. A incomunicabilidade e o amor no mundo dos adultos são os grandes temas deste "Intimidade", mais até do que o polémico sexo. Aquelas personagens bem tentam compreender os fios que unem a sua relação, mas tudo se torna complicado quando se apercebem das suas próprias posições e limitações. Há ali amor, não de forma visível, mas há! A actriz Kerry Fox (Claire) acabou por vencer o Urso de Prata para Melhor Actriz no Festival de Berlim de 2001. De resto, atenção à presença discreta, mas segura, de Marianne Faithfull, a algum virtuosismo na realização e à excelente banda sonora.


Classificação: 4/5

RIP Michelangelo Antonioni (1912 - 2007)


segunda-feira, 30 de julho de 2007

25th Hour - A Última Hora (2002)

Seguramente um dos melhores filmes desta década! Spike Lee olhou de frente para a sua Nova Iorque ferida e não hesitou em captar toda a sua fragilidade e beleza. O fantasma do 11 de Setembro está lá todo, impresso em inúmeros fotogramas e em cada olhar magoado. A abordagem é subtil e todo o filme está impregnado de tristeza e melancolia. Sentimos até a sensação de mau estar e ira e toda a dificuldade de lidar com tal desconforto (retratada exemplarmente na já mítica "cena do espelho", onde se assiste a uma tortuosa descarga de bílis). Estamos na presença de uma verdadeira tragédia americana, com um tratamento narrativo clássico, mas também combinando os traços da modernidade. Seguimos de perto o último dia de Monty antes deste dar entrada na prisão, para cumprir uma pena de 7 anos. Monty fez vida à custa do tráfico de drogas e acabou por ser capturado. A desconfiança sobre quem o terá denunciado cai quase toda em cima da sua companheira Naturelle, mas o seu amor por ela é forte demais para que possa acreditar em tal traição. Essas últimas horas de liberdade servem para Monty avaliar toda a sua trajectória, os seus erros e sentimentos e para se despedir convenientemente daqueles que mais ama (pai, amigos e namorada). Não é errado dizer que estamos perante uma carta de amor à cidade do coração de Spike Lee. Por exemplo, o cão ferido que Monty acolhe logo no início do filme representa uma Nova Iorque abalada pela calamidade de 2001, que necessita urgentemente de amor e protecção; outro exemplo soberbo é o cartaz que surge rapidamente no ecrã lá para o fim do filme e onde podemos ler "You Cannot Stop New York". São estas subtilezas e densidades emocionais que permitem elevar esta obra a píncaros de genialidade, sem esquecer a inteligência e sobriedade do dispositivo dramático presente no filme. As personagens têm uma enorme profundidade e os actores que lhe dão corpo são assombrosos, especialmente Edward Norton (no papel principal), Rosario Dawson (Naturelle) e Barry Pepper (o yuppie, amigo de infância de Monty). É um filme sobre opções, sobre o renascer das cinzas, por muito difícil que isso seja. Obrigado Spike Lee!


Classificação: 5/5

Baú das Memórias Musicais...


David Gray - Please Forgive Me.

RIP Ingmar Bergman (1918-2007)


sexta-feira, 27 de julho de 2007

2 Days In Paris (2007)

"2 Days In Paris", o filme escrito, realizado e interpretado pela actriz Julie Delpy, estreará em Portugal a 13 de Setembro. A história gira em torno de Marion e Jack (ela uma fotógrafa francesa; ele um designer de interiores americano), um casal residente em Nova Iorque que tenta reanimar a sua relação com uma viagem a Paris, onde vivem os pais dela. Só que as coisas não serão assim tão pacíficas, uma vez que os problemas de comunicação não tardam a emergir e os contactos com os ex-namorados de Marion também não vêm facilitar a "terapia" do casal. Quero crer que temos aqui cult movie...

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Death Proof - À Prova de Morte (2007)

Perigo a Alta Velocidade

Orá cá está um verdadeiro melting pot de referências: a nova empreitada de Quentin Tarantino, integrada no conceito Grindhouse, vai beber influências a obras como Duel, Terror na Auto-Estrada (o vilão enquanto personificação absoluta do mal que anda à solta), Psycho (introdução de novas personagens a meio do filme), The Vanishing Point e séries como The Dukes Of Hazard. Tarantino em modo de criador de vinhetas copistas? Infelizmente, confirma-se!

A premissa é básica: um stuntman diverte-se a perseguir e atormentar raparigas, no seu potente carro totalmente à prova de morte. O que ele não conta é com o poder feminino que a determinada altura o irá confrontar com as suas próprias brincadeiras de estrada. A vingança é doce e é servida a alta velocidade por um sexo oposto em enraivecido . Death Proof faz a devida homenagem aos célebres filmes chunga Grindhouse, aqueles que eram exibidos em cinemas de má fama, para públicos não muito exigentes e a horas pouco aconselháveis. Temos então transposto o formato dessas películas: imagem desfocada de tempos a tempos, as propositadas falhas de som, passagens de planos algo confusas e uma estética suja e super-cromática.

As interpretações das The Girls são competentes, especialmente a de Zoe Bell (uma dupla de Hollywood, que substituiu Uma Thurman nas cenas arriscadas de Kill Bill), que nos deixa boquiabertos nas action sequences . Os intermináveis diálogos à la Tarantino, que indecentemente piscam o olho à cultura pop, não podiam deixar de marcar presença. O único problema é que estão em demasia (especialmente quando comparadas com as cenas de acção) e nalgumas alturas caem na redundância. Esta condição faz com que Death Proof demore a arrancar, a mostrar de facto as suas verdadeiras guelras. A banda sonora é um mimo atípico (como também já vem sendo habitual na filmografia do realizador), mas o filme falha em arrebatar.

Formalmente bem arquitectado, Death Proof desilude no entanto ao nunca exibir o golpe de asa que caracteriza o trabalho de Tarantino. Assim, e digo isto com uma boa dose de desencanto, este projecto resume-se a um entretenimento escapista, tecnicamente competente mas sem alma, auto-indulgente e com um desenvolvimento temático quase letárgico. Quanto a Kurt Russell, que se esforça por reinventar a energia das suas personagens de outros tempos, cabe-lhe o papel de bad boy de serviço. Com uma atitude hiper-cool, o seu stuntman tão depressa é um sádico, como a seguir chora desalmadamente quando as regras do jogo se invertem. Fica a triste sensação de que se deveria ter limado algumas arestas desta personagem algo desequilibrada... Planet Terror, o segmento realizado por Robert Rodriguez, estreia em Outubro.


Classificação: 3/5

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Os Miseráveis

Detido um gang de assalto à mão armada; 20 acusações em 56 inquéritos, no âmbito do processo Apito Dourado; coordenadora da PJ acusada de um suposto desvio de capital apreendido a traficantes de droga; ... Está tudo podre, é o que é!

To Die For - Disposta a Tudo (1995)

Suzanne Stone é uma mulher disposta a tudo para encontrar o seus 15 minutos de fama. Toda a sua vida e objectivos circulam em torno da televisão e da exposição mediática, doa a quem doer. Quem não vê esta atitude com bons olhos é o seu simplório marido, que apenas deseja uma vida familiar pacata e feliz. Ao iniciar a sua profissão numa pequena emissora local, Suzanne começa desde logo a puxar alguns cordelinhos que a permitam escalar as montanhas do sucesso. Após alguns percalços no local de trabalho, lá consegue a autorização do patrão para realizar um documentário sobre a vida dos adolescentes. Suzanne centra-se nas vivências de 3 estudantes white trash, acabando por se envolver com um deles. Pouco tempo depois, tenta convencer o amante juvenil a "despachar" o seu marido! Cínico, negro e muito divertido, este filme de Gus Van Sant, realizado em 1995, é um excelente exemplo do poder e glamour que a televisão e o seu circo mediático exercem sobre os telespectadores. Mais uma vez, uma grande interpretação de Nicole Kidman, no papel da bitchy e destemida Suzanne, que lhe valeu um Globo de Ouro na categoria de Melhor Actriz de Comédia.

Classificação: 4/5

terça-feira, 24 de julho de 2007

The Others - Os Outros (2001)

A Casa Assombrada

Grace é uma mulher que vive isolada com os seus dois filhos, Anne e Nicholas, numa bela casa na Ilha de Jersey. Do seu marido, que foi combater na 2ª Guerra Mundial, nada se sabe há já bastante tempo. Sozinha e desamparada, a jovem mulher desdobra-se em cuidados com os filhos, que padecem de uma rara e terrível doença que lhes poderá ser fatal: fotossensibilidade.

Decidida a investir na máxima protecção das crianças, Grace cumpre quotidianamente um obsessivo ritual que consiste em fechar todas as portas, todas as janelas e recorrer exclusivamente à luz das velas. Aquela mãe dedicada (e fervorosa adepta de leituras da Bíblia) não baixa as guardas por um único instante, nem mesmo quando recebe três criados para a ajudar na manutenção da mansão. Só que, a partir deste momento, um reinado de terror instala-se na existência de Grace, que se começa a aperceber de estranhos barulhos que ecoam por toda a casa e da perturbação expressa pelos seus filhos, que se queixam da presença dos "outros".

Em primeiro lugar, deve-se agradecer ao realizador Alejandro Amenábar por ter apostado num modelo de terror old school que se afasta por completo da típica avalanche de efeitos especiais que actualmente inunda este género de filmes. Aqui, quase tudo é deixado à imaginação do espectador, o que ajuda a construir uma atmosfera de medo e inquietação bastante intensa (sou dos que acredita piamente que o poder de sugestão tem mais capacidade de assustar do que qualquer acto explícito de terror).

A realização de Amenábar é uma relíquia, com planos belíssimos que constituem um verdadeira raridade num filme desta natureza. A fotografia é, na mesma medida, límpida e austera, destilando um certo ar clássico que entra em consonância com o espírito da obra. O conjunto das interpretações rege-se pela excelência, mas é óbvio que Nicole Kidman merece um especial destaque.

A sua Grace, loura e branca como a cal, é uma perfeita reminiscência de Grace Kelly (atente-se na partilha do nome), uma das musas de Alfred Hitchcock (e The Others é tão eficaz a evocar a essência do mestre, que até apetece dizer que poderia muito bem ter sido realizado por este. Kidman fornece uma boa dose de ambiguidade à sua Grace, que ora é uma mãe rigorosa e intransigente como de seguida se torna vulnerável, assustadiça e emotiva. É tão admirável observar o leque de emoções pelas quais a actriz passeia durante este filme quanto é fabuloso constatar que trabalhar sobre este género não implica a criação de personagens dramaticamente débeis.

E que dizer daquele twist? Pois é, há quem diga que se trata de uma cópia de uma outra obra-prima, mas esquecem-se que The Others foi realizado primeiro. O problema é que este filme é uma produção independente espanhola, que demorou algum tempo a ser produzido e distribuído, perdendo um pouco o empurrão que beneficiou o seu "concorrente". Enfim, temos aqui um grande thriller sobrenatural e psicológico e um fiel merecedor do estatuto de "fita de terror inteligente deste novo milénio".


Classificação: 5/5

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Massive Attack...

... dia 18 de Setembro, no Coliseu dos Recreios, Lisboa.

Chiquititas, Floribellas e Doces Fugitivas

Quantas mais histórias de pobres criancinhas melosas que desatam a cantar por tudo e por nada teremos nós que aturar, em pleno horário nobre? E quantas mais bruxas vestidas de preto e em descontrolado "overacting" teremos de suportar nesse mesmo horário? É por estas e por outras que me encontro sempre a vaguear nos canais da cabo, quando esses programas assaltam a tv. É ridícula a atenção que estes produtos recebem, usurpando espaços de relevo na programação de um canal. As crianças merecem ver esses programas infantis nos horários correctos e os adultos têm direito a alternativas. É que Portugal também é constituído por pessoas com mais de 4 anos!!!

Funny Games - Brincadeiras Perigosas (1997)

Jogos Perigosos

Certamente uma das obras mais chocantes dos anos 90! O realizador Michael Haneke expõe a nú as raízes do medo, usando e abusando da violência gratuita como forma de testar os limites do espectador. Tudo neste filme é uma provocação, que não se aliena do reconhecido registo austero de Haneke. Aqui narra-se a história de dois jovens aparentemente educados, Paul e Peter, que decidem abordar uma família que se encontra de férias na sua casa de campo. Ao início, as intenções dos rapazes parecem ser as melhores, mas logo os seus comportamentos começam a assumir outros contornos. Rapidamente, Paul e Peter revelam a suas personalidades sádicas e psicóticas, tornando aquela família (um casal e o seu filho) refém e obrigando-a a participar em jogos doentios...

O argumento explora magistralmente os fios da relação entre espectadores e violência, em particular naquele genial twist que nos dá cabo dos nervos. Essa reviravolta e alguns diálogos dirigidos directamente a nós, espectadores, acentuam essa capacidade da narrativa em nos manipular e encaixam-se no modelo da ultra-violência que vicia, quase que puxando a faceta mais obscura do nosso lado voyeur. O subtexto de Funny Games acaba também por lançar uma quantas farpas certeiras ao fascínio pelos mass media e à banal mediatização de 'conteúdos arriscados'. É um filme que nos confronta com os nossos instintos mais primitivos e que no fim nos deixa numa corda bamba emocional. Completamente fundamental!


Classificação: 5/5

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Uma por LaChapelle

Esta bela imagem faz parte da obra do fotógrafo David LaChapelle, o perito na cor e fantasia. Uma das cobaias foi Uma Thurman (mulher que considero particularmente lindíssima), nos idos de 97. As fotos desta actriz e de outras stars podem ser encontradas no livro de David, "Artists & Prostitutes", que reúne o seu trabalho entre 1985 e 2005.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Desfolhando...

Terminada a leitura de "1984" (excelente obra de George Orwell), eis que me vou dedicar agora a outro clássico: "Lolita", de Vladimir Nabokov. As primeiras páginas já me captaram a atenção, só me basta seguir em frente...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

White Oleander - A Flor Do Mal (2002)

Amor De Mãe

Uma agradável surpresa que quase ninguém viu. É triste, mas é a realidade. "A Flor Do Mal" é um equilibrado drama, realizado por Peter Kominsky e conta a história da ligação sofrida entre uma mãe e a sua filha. A manipuladora Ingrid é presa por ter morto o seu amante. Apesar desse facto, ela ainda consegue controlar a vida da sua filha de 15 anos, Astrid. Esta será confrontada com uma jornada errante (que inclui vários lares adoptivos) e com uma permanente luta pela independência face ao excessivo e nocivo controlo da sua mãe. Estas são as bases para um filme emocional, baseado no livro de Janet Fitch, "White Oleander". Estamos no domínio das relações afectivas e de todas as suas componentes, sem nunca descambar nos esquematismos que tanto caracterizam as telenovelas e outros produtos. O facto do elenco ser quase todo feminino ajuda a filtrar essa vaga de emoções e, verdade seja dita, reina aqui um cast de luxo: Michelle Pfeiffer (bela e a má da fita), Renée Zellweger, Robin Wright Penn e uma surpreendente Alison Lohman. Tudo neste filme é executado com uma maturidade e serenidade de pasmar, logo não há espaço para as lamechices que costumam ser ponto fulcral neste género de obras. Ainda bem que assim é e este "A Flor Do Mal" só ganha com isso.


Classificação: 4/5

terça-feira, 17 de julho de 2007

Puta de Vida

Com o "desmantelamento" de algumas casas de alterne no norte do país, os habituais clientes dirigem-se agora para a vizinha Espanha. A população que antes se mostrava irada com tal actividade é a mesma que agora afirma que as "meninas traziam movimento à terra". Dizem até que é muito mau que os lucros desse negócio estejam agora a ir para o país irmão, enquanto que Portugal fica a arder. Esquecem-se é que tais actividades estão a ser investigadas por serem suspeitas de tráfico de mulheres, entre outros crimes! Isto realmente é comédia involuntária da boa...

Gogol Bordello, "Super Taranta!"

Depois de ter visto a actuação dos Gogol Bordello com a Madonna no Live Earth, em que desconstruiram La Isla Bonita de uma forma espantosa, fiquei curioso com esta banda de punk rock cigano de Nova Iorque. O seu último álbum, Super Taranta!, é um autêntico frenesim. É ao mesmo tempo um desvario musical e um sopro hiper-contagiante (o pézinho não pára de bater...). Uma boa surpresa!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Interpol, "The Heinrich Maneuver"

Um péssimo video para uma óptima música. Enfim, nem tudo pode ser perfeito, não é?
Dia 23, pelas 22h30, na RTP2, estreia a intrigante série "Weeds". Estou bastante curioso, não só pela temática, mas também pelo hype que tem produzido. Tenho pena é que a tradução tenha ficado por "Erva" e não "Ervas" (que seria bem mais sugestivo).

domingo, 15 de julho de 2007

Autárquicas CML

E lá venceu o António Costa, do PS. Recorde-se que algumas das suas prioridades para Lisboa consistem num saldar de dívidas da Câmara, numa limpeza de emergência (remoção de cartazes em estado ilegal, recolha de detritos, ...) e o desbloqueio das obras paralisadas. A taxa de abstenção registou cerca de 60%, a maior de sempre para as eleições na capital. Custa-me ouvir isto, mas o que é que se pode fazer?... Tenho fé que a cidade verá melhores dias a partir de agora.

sábado, 14 de julho de 2007

Thirteen - Inocência Perdida (2003)

A Idade Da Inocência

Injustamente ignorado aquando da sua estreia nas salas americanas, "Thirteen" parece estar a ganhar agora o selo de culto. E bem merece! Este filme de 2003, realizado por Catherine Hardwicke, conta a história de Tracy (Evan Rachel Wood), uma miúda de 13 anos que vive com a mãe (Holly Hunter) e o irmão nos subúrbios. Tracy é uma aluna brilhante e uma filha sossegada, que anseia por um pouco da tão almejada popularidade, principalmente na escola. A sua oportunidade de mudança chega na pele de Evie (Nikki Reed), uma das mais cool e famosas miúdas lá da escola. Só que Evie não é uma personalidade muito estável nem uma influência aconselhável e, infelizmente, acabará por conduzir Tracy por um mundo de drogas, sexo, roubo e auto-mutilação, acabando por corromper a inocência e brilho da miúda de 13 anos. No fim, Tracy apenas poderá contar consigo e com a sua família para exorcizar todas as experiências traumáticas pelas quais passou... Thirteen ganha automaticamente pontos na sua original abordagem sem concessões ao universo dos adolescentes americanos dos dias de hoje. Esse realismo é tanto maior pela fotografia e realização do filme, que segue uma vertente de documentário. Basicamente, é como se nós (espectadores) acompanhássemos a vida de uma qualquer adolescente durante x tempo. As suas incertezas, instabilidade nas relações familiares e algumas fragilidade da sua personalidade são aqui captadas de uma forma crua, honesta e hiper-realista. Para isso, o contributo do argumento é assombroso: este foi escrito pela realizadora e por Nikki Reed (a co-protagonista, que se baseou nas suas próprias vivências). Importa também destacar que, de uma só "cajadada", temos acesso a ambas as perspectivas: por um lado, apercebemo-nos das problemáticas e angústias de viver nessa idade ; por outro, constatamos as dificuldades de aproximação e interacção com os pais (neste caso uma mãe sofrida). O elenco é brilhante, com Evan Rachel Wood (a actual namorada de Marilyn Manson) numa interpretação comovente e Holly Hunter (nomeada ao Óscar com este filme), no papel da mãe em desespero. Aconselhável aos pais com filhos nesta faixa etária!


Classificação: 4/5

Autárquicas Intercalares CML

É já amanhã que se vai saber quem será o próximo executivo camarário para Lisboa. Só espero que esta nova fase não levante mais ondas de escândalo, porque a nossa bela (mas degradada) capital não merece!

Hoje...


22h30, RTP2

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Pleasantville - Viagem Ao Passado (1998)

As Cores Da Vida

David (Tobey Maguire) é um jovem fascinado com uma série de televisão dos anos 50, "Pleasantville". Certo dia, durante uma discussão com a sua irmã Jennifer (Reese Whiterspoon), algo de estranho ocorre e ambos são transportados directamente para o universo da tal série de TV. David e Jennifer passam então a fazer parte do elenco e envolvem-se na vida daquela peculiar comunidade onde tudo é pacífico, belo e a preto e branco. A pouco e pouco, as suas acções irão despoletar nas outras "personagens" sentimentos que estavam adormecidos e, a partir daí, inicia-se uma revolução cromática em Pleasantville. Este prodígio cinematográfico é uma ode ao encanto proporcionado pelas séries clássicas da televisão americana. Mas o filme vai muito mais além, com mensagens bem pertinentes: naquela localidade, todos vivem com emoções reprimidas (a paixão assolapada não é muito bem vista), os seus habitantes não conhecem mais nada para além daquela terrinha (isolamento) e tudo o que seja diferente é motivo de desconfiança e medo. De facto, a partir do momento em que alguns se começam a exprimir, logo vão ficando coloridos, o que vai causar uma onda de pânico naquela pequena sociedade conservadora e "cinzentona"; começa-se automaticamente a fazer as distinções entre quem é a preto e branco e quem é colorido (racismo). Até a "mãe" de David e Jennifer na série (super competente dona de casa) irá sofrer mudanças radicais, pois, ao querer alargar os seus horizontes e as suas emoções, irá ver-se confrontada com a sua forte natureza (a feminina) e com uma nova paleta de cores. O seu marido é que não vai achar muita piada e tentará, a todo o custo, oprimir a mulher. Pleasantville nunca mais será a mesma!!! Um daqueles filmes em que se aplica a expressão: more than meets the eye!


Classificação: 5/5

Underworld, "Born Slippy"

Uma das melhores músicas de sempre, que serviu de banda sonora a um filme inesquecível. E já lá vai uma década... O videoclip que conhecemos é excelente, mas esta versão também é curiosa.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Feira de Vaidades - Parte 2.0

Começo a ficar farto da política do Hi5. Como não costumo lá pôr os pés, recebo mensagens que me convidam a verificar quem visitou o meu profile e sugestões para aumentar a minha popularidade (!?!). Quando criei a página, confesso que não sabia muito bem ao que ia e só acedi porque lá me convenceram que seria engraçado. Admito que será útil para não perder o contacto das pessoas que mais gostamos mas, fora isso, serve quase exclusivamente para a auto-promoção e para a profusão das mais puras banalidades.

A ler...

Tão actual, infelizmente. Opressão das liberdades individuais, uniformização do pensamento, Estado totalitário e omnipresente, erradicação de ideologias contrárias... Será preciso dizer mais?!? Obrigado por me teres emprestado esta obra-prima Betty!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Y Tu Mamá También - E A Tua Mãe Também (2001)

Os Últimos Dias Da Adolescência

Julio e Tenoch são dois amigos adolescentes que decidem aventurar-se numa viagem pelo México com uma mulher mais velha. O objectivo consiste em curtir ao máximo umas férias de sonho, mas os conflitos não tardam a surgir a partir do momento em que ambos se começam a apaixonar por essa mulher, de seu nome Luisa. Esta odisseia permitirá que os jovens reconheçam a importância da amizade, do sexo e dos vários destinos que a vida percorre. Este é um filme realista (a sua estética assemelha-se à de um documentário), uma espécie de road- movie emocional e um poema sentido à amizade. À personagem feminina cabe a representação dos sentimentos ambíguos: ora assume uma figura maternal, ora se torna objecto de desejo dos dois rapazes. A narrativa ilustra também, de forma exemplar, os últimos momentos da adolescência antes da entrada definitiva na fase seguinte - a maturidade dos adultos. Alfonso Cuarón é o realizador e as interpretações estão a cargo dos soberbos Maribel Verdú (enigmática e sensual), Gael Garcia Bernal e Diego Luna.


Classificação: 4/5

Paul McCartney, Dance Tonight


Confesso que gosto desta canção! Muita da "culpa" reside no videoclip (brilhantemente realizado por Michel Gondry), que me prende desde a primeira vez que o vi. Agora a canção não me sai da cabeça. Maldito Beatle! ;)

P.S.: A fantasminha Natalie Portman é uma delícia...

terça-feira, 10 de julho de 2007

Feiras de Vaidade

Natalina, a rapariga que conseguiu tirar 20 valores no Exame Nacional de Matemática, estuda a 80 quilómetros de casa e ainda dispensa algum tempo para trabalhar no campo. Gosto destas histórias, porque mostram uma juventude empreendedora, activa e industriosa. Casos como este deviam ser uma referência para todos os inócuos alunos que apenas passeiam os livros nas escolas (sejam elas públicas ou privadas), preocupados com o estilo e exibindo pirosamente o seu estatuto de "estudante". Sim, porque todos nós sabemos que, muitas vezes, as instituições de ensino são meros palcos de autênticas feiras de vaidade.

Girl, Interrupted - Vida Interrompida (1999)

Dias De Loucura

"Girl, Interrupted" baseia-se numa parte da vida da escritora americana Susanna Kaysen que, nos anos 60, se viu recambiada para uma instituição psiquiátrica devido às suas tendências suicidas e aos indícios de personalidade borderline. Winona Ryder é assombrosa enquanto Susanna, uma jovem outsider que não consegue construir uma relação estável com os pais e que se perde em caminhos menos iluminados. O que ainda a mantém à superfície é a sua paixão pela escrita, prazer esse que ela assume como sendo aquilo que deseja fazer no futuro. Ao chegar à instituição, Susanna convence-se de que vai lá ficar apenas por algum tempo para descansar, mas com o passar do tempo e com a constante interacção com as suas companheiras de ala psiquiátria, percebe que possui graves problemas que necessitam de acompanhamento especializado. Entre as suas colegas, contam-se uma rapariga de cara desfigurada (a eterna menina inocente), a rapariga com distúrbios alimentares, a "obcecada pelos Valiums e frangos", a mentirosa patológica e a selvagem e manipuladora Lisa (Angelina Jolie, na interpretação que lhe valeu o Óscar), uma sociopata sem um verdadeiro lugar na sociedade. Susanna terá de avaliar a sua personalidade, compreender a sua doença e admitir alguns dos seus caprichos, de forma a poder ser reintegrada numa sociedade em plena mutação. Muitos afirmam que este filme tenta fazer uma aproximação descarada ao "Voando Sobre Um Ninho De Cucos", mas no feminino; sinceramente não concordo. O filme de 1975 tinha como tema a rebelião contra uma autoridade implacável e injusta, enquanto que este incide sobre a geração da contra-cultura dos anos 60, que não encontrou um rumo equilibrado e que, de certa forma, se tornou inadaptada para uma sociedade que ela própria ajudou a transfigurar e edificar. Ryder e Jolie são sublimes sem se anularem uma à outra e são excelentes na materialização de almas que foram traídas pela mitologia de uma era desconcertante. Não sendo uma obra-prima, é um filme delicado, desencantado e triste, que centra a sua atenção nas relações afectivas sem perder tempo com o cliché do normal versus maluco.


Classificação: 4/5

Pure White Snow

A partir do momento em que neva quer na Argentina, quer na Bolívia, devemos começar a interiorizar que as alterações climáticas estão a ocorrer de uma forma bem brusca...

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Interpol, "Our Love To Admire"

Este é o outro disco da semana, que já tive o prazer de ouvir. Devo dizer que gostei bastante: acho-o até superior ao Antics, que já era um belíssimo trabalho. Creio que temos aqui um álbum que vai dar que falar... A crítica está a reagir muito bem, agora vamos esperar pela reacção do público.

What Makes Us Human?

É este o título da mais recente série documental a ser exibida na RTP2. O que se procura aqui é desvendar o que nos separa dos animais, com os quais habitamos desde sempre, e nos torna verdadeiramente humanos. Armand Leroi, cientista da evolução das espécies, mostra-nos essas diferenciações, baseando-se nas mutações que ocorrem à nossa volta. Esta série é da autoria de Tim Lambert, responsável também pela realização. Cada episódio tem uma duração de 60 minutos.

1º Episódio - Hoje - 00h00
2º e Último Episódio - dia 16 - 23h35

domingo, 8 de julho de 2007

The Virgin Suicides - As Virgens Suicidas (2000)

O Tempo do Fascínio

Ontem consegui aguentar até tarde para rever esta obra-prima, na SIC. Tenho pena que maravilhas como estas sejam relegadas para horários que não lembram a ninguém, enquanto que inanidades ocupam as tardes de fim-de-semana... Mas enfim, o que importa aqui é saudar a beleza e perfeccionismo do trabalho de Sofia Coppola! Estamos perante uma radiografia certeira à perda da inocência, num filme que não hesita em beber nas águas da nostalgia e da melancolia. O argumento centra-se nas irmãs Lisbon, que se tornam os objectos de afeição de um grupo de rapazes "lá do bairro". O grande problema que circunda aquelas raparigas está no poder paternal: a mãe (excelente Kathleen Turner), opressiva e devota dona de casa, impõe respeito e uma moral retrógrada; o pai, mais brando, deambula sem grande contacto com as filhas e sem quaisquer rasgos de emoções. Esses comportamentos irão despoletar consequências trágicas nas suas filhas, começando aqui a narrativa a explorar (e bem) as nuances da teen angst e do way of life da época (anos 70). Quanto aos rapazes, o fascínio incontrolável que detêm pelas irmãs marcará para sempre as suas vidas e permitirá a passagem da adolescência para a fase adulta, sendo toda essa transição embebida em saudosismo... É fenomenal o que a realizadora consegue fazer nesta sua primeira obra: o argumento é simples, mas perturbador pelas ondas de emoções que provoca; a fotografia é belíssima e respeitadora do imaginário daquela altura (as cores pastéis dão a impressão de suavidade e leveza, exactamente o contrário daquilo que o filme acaba por ser); as irmãs são captadas como figuras etéreas, anjos assexuados à mercê dos "demónios" paternais; a banda sonora (a cargo dos Air), complementa o espírito do filme e da era, trazendo a sensação de tristeza e inocência ao de cima; por fim, permite que Kirsten Dunst tenha o seu melhor papel até à data, irradiando luminosidade e ternura por todos os poros. Uma primeira obra imperdível, que nos faz esquecer o trambolhão que foi "Marie Antoinette"...


Classificação: 5/5

Disco da Semana

Blonde Redhead, "23". Muito, muito bom!

sábado, 7 de julho de 2007

Devo começar por dizer que as entrevistas no âmbito do Live Earth (aos especialistas ambientais, políticos e empreendedores, por exemplo) são interessantes e fulcrais, para se percepcionar a que nível é que as políticas ambientais são tidas em conta nas diversas esferas de acção. Afinal, não é todos os dias que se pode fazer uma análise objectiva ao "estado do ambiente" e às medidas que as forças políticas vão assumindo nessa temática. O grande problema é que este Live Earth centra-se no conceito de música + consciêncialização ambiental e, nesse sentido, creio que Portugal está a cometer um erro crasso. Tenho acompanhado a emissão do nosso canal público e só vejo celebridades a dar a sua opinião. Ok, não digo que não tenham preocupações ambientais e dicas úteis para o público, mas este evento não está pensado para este tipo de formato. O Live Earth não é isto minha gente! Uma coisa é preencher os poucos "espaços mortos" com tópicos e questões pertinentes relativas ao tema, outra completamente diferente é não deixar fluir o que está programado a nível mundial...
Seguindo a linha do Há Vida Em Markl, lá decidi criar o meu avatar dos Simpson. Este boneco representaria a minha persona na inconfundível Springfield de Matt Groening! Está o mais parecido possível... LOL

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Pensamento do Dia

E que pensamento... :)
Naomi Watts, Jennifer Connelly e Charlize Theron

Super Bock Super Rock - 5 de Julho

Pois é, lá se passou mais um festival Super Bock Super Rock. Só tive oportunidade de ir ontem, mas devo dizer que foi um dia em cheio! Tive a sorte de ver bandas que me dizem muito e de estar um tempo divinal (até de noite estava com calor...). Gostei de todas as actuações (excepto Anselmo Ralph), em particular as de The Gossip (aquela mulher é genial, a sua energia é contagiante e o público vibrou o concerto todo), Interpol (uma boa estreia em palcos portugueses, segura e até discreta) e Underworld (sim, a Born Slippy é já um clássico e consegue-me arrepiar; a Two Months Off é outra das proezas desta banda). Ao contrário do Creamfields, não houve perdas de tempo em filas nem respostas tortas. Só tenho de dar os parabéns à organização do SBSR pelo seu trabalho. Para o ano quero mais!
P.S.: Ao assistir ao espectáculo de Scissor Sisters, tive um pequeno azar, pois fiquei junto a um imberbe armado ao pingarelho que se fartava de vaiar o Jake Shears no intervalo das canções. O mais estúpido é que essa pessoa não parava de tirar fotos e sabia cantar tudo. A minha irmã acabou por lançar um daqueles olhares de poucos amigos e ele lá se afastou. É caso para dizer: deeply need of attention... O resto do concerto foi a paródia que já se sabe e que só aquela banda sabe dar!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

J. K. Rowling

Confesso que nunca li nenhum dos livros da saga Harry Potter (não me conseguem fascinar, verdade seja dita) mas admiro a capacidade desta autora para fazer o impensável: colocar jovens em todo o Mundo a ler! Se os livros têm qualidade ou não, creio que não seja o ponto mais importante; criar o hábito de leitura desde tenra idade, isso sim, é algo de relevo e que se deve louvar. Portanto, muitos parabéns J.K Rowling!

terça-feira, 3 de julho de 2007

Amizades Perdidas

Todos nós passamos por isto. Trata-se daquela fase da vida em que as amizades de outrora tornam-se cada vez mais distantes, difusas e em que se começa a recorrer à bela da nostalgia. Tudo isto é natural que aconteça, sendo que a maior parte das vezes nem sequer existe uma intenção. Não, apenas acontece porque as vidas seguem rumos distantes, os objectivos de cada um acabam por interferir e assumir um papel principal. A propósito disto, lembrei-me de dois filmes já emblemáticos:



Este The Big Chill/Os Amigos de Alex (Lawrence Kasdan, 1983) conta a história de um grupo de amigos e companheiros de faculdade que se reencontram, passados alguns anos, para assistir ao funeral de um deles. As suas vidas tomaram caminhos bastante díspares e, nesse fim de semana de reunião, tentarão restabelecer os antigos laços e compreender o que levou a tal afastamento. Este é um filme sobre os rumos da vida e as fortes amizades que acabam por se desvanecer, por muito que se tente evitar essa situação. É ainda uma ode à imaturidade. "The Big Chill" é agora muito bem amado, se bem que tenha causado alguma polémica aquando da sua estreia, nos longínquos anos 80. Com Glenn Close, Kevin Kline e Tom Berenger.

Classificação: 5/5


Relativamente ao Ghost World/ Mundo Fantasma ( Terry Zwigoff, 2001), estamos perante um dos mais recentes fenómenos de culto, baseado nos comic books de Daniel Clowes. Este filme analisa a vida de 2 atípicas teenagers americanas que, ao terminar o liceu, tentam organizar as suas existências de acordo com os planos pré-determinados (inclui-se aqui a partilha de uma casa). Sempre foram as outsiders da turma, com gostos algo excêntricos e uma língua mais que viperina. Até ao dia em que ambas se apercebem que se calhar não têm tanto em comum como julgavam... Esta é uma daquelas raras proezas em que se consegue conjugar perfeitamente o univeros dos comics com os códigos cinematográficos, criando um filme original e provocador. Tão deliciosamente cómico como triste! Com Thora Birch, Scarlett Johansson e Brad Renfro.

Classificação: 4/5


We Are The Night, The Chemical Brothers

Tenho ouvido falar tão bem deste álbum, que confesso que estou a ficar com muita curiosidade! Há quem apregoe que se trata do melhor trabalho dos The Chemical Brothers. Isso não sei, mas estou com muita vontade de pôr as mãos nisto...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Before Sunrise + Before Sunset

A RTP2 vai exibir estes dois filmes nas já célebres sessões de Sábado. "Before Sunrise" passa já dia 7 de Julho, pelas 23h30; "Before Sunset" tem lugar dia 14 de Julho, à mesma hora.

"Before Sunrise" (1995): Numa viagem de comboio, dois jovens travam conhecimento. Ele chama-se Jessie e é um americano na casa dos 20. Ela chama-se Celine, é francesa e tem a mesma idade. A atracção torna-se mais que evidente e ambos decidem passar um dia em Viena, explorando a cidade e os seus habitantes. As conversas decorrem naturalmente, focando um grande número de temas. No final da noite já estão perdidos um pelo outro. A sua odisseia terminará com a inevitável separação, mas com uma promessa de reencontro dali a alguns meses.

Classificação: 5/5

"Before Sunset" (2004): Jessie e Celine reencontram-se passado algum tempo, em Paris. As suas vidas tomaram rumos inesperados, mas a química entre ambos continua inegável. Tanto um como o outro mantêm as suas opiniões muito fortes relativamente às esperanças, ao amor e ao Mundo, se bem que um pouco mais cépticos. É altura de avaliar as emoções e as oportunidades que ficaram perdidas no tempo...

Classificação: 5/5

Richard Linklater foi o responsável por estas emblemáticas obras independentes. O primeiro filme rapidamente conquistou a aura de culto um pouco por todo o Mundo; o segundo viu o seu realizador e os seus dois actores a serem nomeados para o Óscar de Argumento Original. Imperdíveis filmes para quem aprecia obras geracionais e possuidoras do verdadeiro espírito independente americano. São também uma óptima alternativa ao romance made in Hollywood.

Ao que parece...

... Joe Berardo irá ocupar o cargo de Mega Ferreira no Conselho de Fundadores da Fundação Colecção Berardo. Quem diria, não é?

domingo, 1 de julho de 2007

Memórias Chill Out do Vh1...


Deep Forest - Marta's Song

Young Adam

Desiludiu-me bastante este filme de David Mackenzie, que tive oportunidade de ver na 6ª feira à noite, na RTP1. Tinha criado algumas expectativas, até porque internacionalmente este filme teve um hype bastante positivo. É caso para dizer "muito fumo para pouco fogo". A história resume-se a Joe (excelente Ewan McGregor), um rapaz de poucas falas e algo perdido que trabalha numa velha embarcação com um casal (Leslie e a mulher Ella). Certo dia, encontram um cadáver à deriva, que levará a uma intensa investigação policial. No entanto, Joe esconde mais do que aquilo que revela e até a sua relação com Ella assumirá outras dimensões... No fim de contas, o que aqui se passa é um desfilar de cenas sexualmente provocadoras para abafar um argumento algo desinspirado, apesar de boas interpretações. O tom do filme é negro, soturno mas infelizmente a questão da culpa (que poderia ser um tema forte) não alcança um nível sequer interessante, porque percebe-se que não houve intenção de ser aprofundada. Ficamos apenas com uma boa composição de Ewan McGregor, uma boa fotografia e pouco mais.

Classificação: 1/5