sábado, 14 de julho de 2007

Thirteen - Inocência Perdida (2003)

A Idade Da Inocência

Injustamente ignorado aquando da sua estreia nas salas americanas, "Thirteen" parece estar a ganhar agora o selo de culto. E bem merece! Este filme de 2003, realizado por Catherine Hardwicke, conta a história de Tracy (Evan Rachel Wood), uma miúda de 13 anos que vive com a mãe (Holly Hunter) e o irmão nos subúrbios. Tracy é uma aluna brilhante e uma filha sossegada, que anseia por um pouco da tão almejada popularidade, principalmente na escola. A sua oportunidade de mudança chega na pele de Evie (Nikki Reed), uma das mais cool e famosas miúdas lá da escola. Só que Evie não é uma personalidade muito estável nem uma influência aconselhável e, infelizmente, acabará por conduzir Tracy por um mundo de drogas, sexo, roubo e auto-mutilação, acabando por corromper a inocência e brilho da miúda de 13 anos. No fim, Tracy apenas poderá contar consigo e com a sua família para exorcizar todas as experiências traumáticas pelas quais passou... Thirteen ganha automaticamente pontos na sua original abordagem sem concessões ao universo dos adolescentes americanos dos dias de hoje. Esse realismo é tanto maior pela fotografia e realização do filme, que segue uma vertente de documentário. Basicamente, é como se nós (espectadores) acompanhássemos a vida de uma qualquer adolescente durante x tempo. As suas incertezas, instabilidade nas relações familiares e algumas fragilidade da sua personalidade são aqui captadas de uma forma crua, honesta e hiper-realista. Para isso, o contributo do argumento é assombroso: este foi escrito pela realizadora e por Nikki Reed (a co-protagonista, que se baseou nas suas próprias vivências). Importa também destacar que, de uma só "cajadada", temos acesso a ambas as perspectivas: por um lado, apercebemo-nos das problemáticas e angústias de viver nessa idade ; por outro, constatamos as dificuldades de aproximação e interacção com os pais (neste caso uma mãe sofrida). O elenco é brilhante, com Evan Rachel Wood (a actual namorada de Marilyn Manson) numa interpretação comovente e Holly Hunter (nomeada ao Óscar com este filme), no papel da mãe em desespero. Aconselhável aos pais com filhos nesta faixa etária!


Classificação: 4/5

9 comentários:

Betty Coltrane disse...

É muito muito bom este filme! Já o vi há algum tempo... Obrigado canais lusomundo!!!! :DD

Beijão!!

Maria del Sol disse...

Ouvi opiniões contraditórias sobre este filme, e nem sempre elogiosas... mas nem que seja para ver em acção a "Lolita" por quem se apaixonou Marilyn Manson tenho curiosidade de conhecer ;)

SF disse...

Bem, como não me fio muito nas criticas vi o filme no cinema e adorei. Parece-me um retrato fiel e conciso sobre a tao aclamada idade do armário...

Cataclismo Cerebral disse...

Betty: Abençoados canais Lusomundo ;) Se os tivesse, estaria sempre vidrado neles. Este filme é mesmo bom, sim senhora :)

Maria: Eu cá gostei e muito. Foge dos esquematismos que estamos habituados a ver em séries ou mesmo em filmes. A Evan é uma excelente actriz, só receio é que comece agora a ficar "parvinha" devido ao seu relacionamento com o Marilyn (ai aquele videoclip...)

Niskas: Concordo completamente. Em cinema então ainda deve perturbar mais :S

Bjocas*

JHB disse...

Desta vez acho que não concordo contigo, já vi este filme há algum tempo e não me lembro bem dele, mas recordo-me que na altura o achei demasiado violento, e mais que isso com algumas cenas que eram desnecessariamente chocantes. E eu costumo gostar de filmes violentos e com imagem cruas.

Cataclismo Cerebral disse...

João: Não concordo quando dizes "cenas que eram desnecessariamente chocantes". Acho que é exactamente pela crueza e pelo sopro de realidade que gosto deste filme ;)

Abraço

Gonçalo Trindade disse...

Um excelente filme. Aquilo que eu mais gostei foi, além do realismo da obra e das excelentes interpretações (magnífica Holly Hunter... a cena quando ela descobre que a sua filha se auto-mutila foi de um realismo incrível), é o facto de, tal como dizes na tua bela crítica, o filme mostrar ambas as prespectivas (tanto da mãe como da filha), em vez de se limitar a simplificar a história e fazer o típico teenage gone wild movie.

Um filme sem dúvida obrigatório aos pais com filhos nesta faixa etária.

Abraço!

Anônimo disse...

Incursão corajosa no universo adolescente. Gostei bastante quando o vi há dois anos. Além de uma prestação soberba de Evan Rachel Wood, é um trabalho realista bastante satisfatório de Hardwicke.

Cataclismo Cerebral disse...

Gonçalo: É um filme perturbante mas realista. E os pais têm de ver obras destas, sem dúvida.

H: De acordo. Foi um pouco esquecido no nosso país, mas acho que agora está-se-lhe a fazer justiça.

Abraço e bj