quinta-feira, 31 de julho de 2008

A Hora do Adeus...

Muito obrigado pelo apoio que me deram ao longo deste tempo! A vida está sempre em movimento e chegou a hora de embarcar noutras aventuras. Que o Cinema more connosco!

Até sempre...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Senhoras e Senhores, Annie Leibovitz!

Angelina Jolie

Alec Baldwin, Jennifer Connelly e Thomas Jane

Nicole Kidman

Dame Judi Dench e Dame Helen Mirren

Scarlett Johansson

sábado, 26 de julho de 2008

Fim-de-Semana...

A Desaparecida (1956), de John Ford. Hoje, RTP2, 22h45

Sonata de Outono (1978), de Ingmar Bergman. Hoje, RTP2, 00h45

Platoon - Os Bravos do Pelotão (1986), de Oliver Stone. Amanhã, canal Hollywood, 17h30

Tubarão (1975), de Steven Spielberg. Amanhã, canal Hollywood, 22h00

Rapariga com Brinco de Pérola (2003), de Peter Webber. Amanhã, RTP1, 02h35

The Dark Knight - O Cavaleiro das Trevas (2008)

Cidade Sob Pressão

Independentemente dos resultados práticos, The Dark Knight pode-se orgulhar de ter sido, desde o início da sua produção, um inacreditável fenómeno na gestão das expectativas dos públicos (mesmo daqueles que não se entusiasmam por aí além pelo universo dos super-heróis, grupo onde me incluo, confesso), alicerçado numa das mais prolíficas estratégias de Marketing a nível mundial e na curiosidade em observar o malogrado Heath Ledger naquela que é uma das suas últimas participações em cinema. A espectacularidade em torno da promoção do filme bem tenta legitimar a imensa qualidade deste, mas não há volta a dar: The Dark Knight insere-se na categoria dos filmes sobrevalorizadíssimos, sendo mesmo um daqueles casos em que a montanha pariu um rato.

Nesta nova aventura, o Homem Morcego une forças com o Tenente Jim Gordon e com o popular Procurador Distrital Harvey Dent, como forma de erradicar totalmente os colectivos mafiosos que continuam a operar em Gotham City. No entanto, um criminoso muito inteligente (e bastante perverso) conhecido por Joker chama para si todas as atenções, ao desafiar os três heróis da cidade e ao desencadear ondas de violência, destruição e pânico sem precedentes.

Economia narrativa deve ser um conceito não muito perceptível pelo ambicioso realizador Christopher Nolan, que aqui filma, filma, filma e filma sem saber bem quando deve parar. The Dark Knight arrasta-se numas intermináveis 2h30 de projecção no seu fogo de artifício de encher o olho (mas lapidado de inconsequência), num dispensável moralismo de pacotilha e no seu penoso, revoltante e pestilento pretensiosismo. A megalomania do filme não se encontra apenas na sua duração mastodôntica: por exemplo, os grandes planos sobre os edifícios da cidade e a utilização de uma banda-sonora eminentemente dramática tentam tudo por tudo para conferir uma intensidade emocional que pura e simplesmente não existe (e que a existir, não jogaria bem com as longuíssimas e enfadonhas sequências de acção). O Batman de Christian Bale padece de uma pífia caracterização, ao mesmo tempo em que se vê obrigado a debitar diálogos sofríveis.

No final, já pouco se aproveita. A tautologia mata o filme de vez e é inevitável pensarmos na redundância de todo o projecto. A frustração também toma o seu quinhão: o que é feito do genial autor de Memento e Insomnia, que tão bem começou a construir uma carreira com base numa brisa de inteligência e originalidade? Aqui, Cristopher Nolan assume uma decepcionante condição de tarefeiro e nem sequer consegue imprimir um mínimo cunho pessoal; pelo contrário, torna-se anónimo e igual a qualquer outro artesão de 2ª categoria que tenta triunfar em Hollywood à conta de blockbusters insípidos. No geral, salva-se o conjunto de interpretações, com o inevitável destaque para Heath Ledger (que não só rouba as cenas em que entra, como rouba todo o filme) e para a dupla Morgan Freeman e Michael Caine, com a elegância interpretativa do costume. Já agora: serei o único a achar a voz de Batman involuntariamente cómica? Soa-me a uma mistura da personagem de Jim Carrey em O Melga com o actor Keanu Reeves, se bem que num tom ainda mais grave do que o deste.

Conclusão: na saga Batman, continuo a preferir o minimalismo cénico e o apurado sentido de espectáculo do seminal Batman Returns.


Classificação: 1/5

terça-feira, 22 de julho de 2008

A Mãe e o Pai, segundo Steven Spielberg

É certo e sabido que a obra de Steven Spielberg se encontra contaminada pela complexidade das relações entre pais e filhos. Este facto deve-se a um acontecimento nuclear na vida do cineasta: o divórcio dos seus pais.

Na cinematografia do realizador de A Lista de Schindler, a Mãe é quase sempre representada como um poço de infindável amor, alguém que apresenta dignidade e perseverança, independentamente dos contextos.

Exemplos:

Dee Wallace Stone em E.T. - O Extra-Terrestre (1982)


Frances O'Connor em A.I. - Inteligência Artificial (2001)


Já no caso do Pai, o cenário não é tão estimulante. A figura paterna surge quase sempre como um ser ausente, física (Terminal de Aeroporto) ou simbolicamente (Hook). A excepção parece residir na personagem de Tom Cruise em Minority Report - Relatório Minoritário (2002).

Exemplos:

Christopher Walken em Catch Me If You Can - Apanha-me se Puderes (2002)


Tom Cruise em War Of the Worlds - Guerra dos Mundos (2005)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

As Fases de uma Relação, por Judd Apatow e Companhia

O início da Relação (onde se inclui a perda da virgindade)

A chegada de um filho

A ruptura


sábado, 19 de julho de 2008

Fim-de-Semana... de Elevada Qualidade!

Dog Day Afternoon - Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet. Hoje, na RTP2, às 22h45;

Cries and Whispers - Lágrimas e Suspiros (1972), de Ingmar Bergman. Logo a seguir a Dog Day Afternoon (quando rondar as 00h50);

Closer - Perto Demais (2004), de Mike Nichols. Amanhã, na SIC, às 23h50.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

TOP 5 Edward Norton

1) American History X - América Proibida (1998)


2) 25th Hour - A Última Hora (2002)


3) Fight Club - Clube de Combate (1999)


4) Primal Fear - A Raíz do Medo (1996)


5) The People Vs. Larry Flynt - Larry Flynt (1996)

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A (Re)Descobrir...


L'Anglaise et le Duc - A Inglesa e o Duque (2001): Agora que se encontra nas salas portuguesas o novo filme de Eric Rohmer, Os Amores de Astrea e de Celadon, aproveito para fazer justiça a esta obra-prima do esplêndido cineasta da Nova Vaga. O filme, que se debruça sobre a Revolução Francesa, é um pungente objecto experimental: a nível da narrativa, deixa-se dominar pela atmosfera teatral (e pelo poder inalienável da palavra); no plano visual, usufrui das mais modernas tecnologias digitais para recriar as paisagens como se de pinturas se tratassem. A Inglesa e o Duque é um filme fundamental deste novo milénio, que combina classicismo com modernismo e que importa (re)descobrir com a maior das urgências.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Fim-de-Semana...

Persona - A Máscara (1966), de Ingmar Bergman. Aquela que é certamente uma das pedras-basilares da História do Cinema e um autêntico monumento ao existencialismo é exibida este Sábado, na RTP2, por volta das 00h45.

Natural Born Killers - Assassinos Natos (1994), de Oliver Stone. A obra-prima de Oliver Stone, que lança uma contundente crítica ao modus operandi dos mass media e ao fascínio desenfreado por todo e qualquer tipo de "estrelas", roda na TVI, no Domingo, às 00h45.


quarta-feira, 9 de julho de 2008

Oldboy - Velho Amigo (2003)


A Vingança fez-se para Matar

A designação de obra-prima sabe a pouco, a muito pouco. O filme vai mais para além desse rótulo; é uma experiência inominável para os sentidos que jamais se descola da nossa pele. Oldboy é o segundo tomo de um tríptico sobre a Vingança (que teve o seu início com Sympathy for Mr. Vengeance e que culminou com Sympathy for Lady Vengeance), assinado pelo sul-coreano Park Chan-wook. Aclamado como um dos mais espectaculares exercícios do cinema oriental contemporâneo, Oldboy viu a sua mestria ser reconhecida no Festival de Cannes ao lhe ser atribuído o Grande Prémio do Júri em 2004 (Quentin Tarantino fazia parte do painel de jurados e ficou fascinado com a obra, concedendo-lhe uma espécie de benção que se tornou fulcral para a projecção internacional que se seguiu).

Depois de uma noite regada a álcool, Oh Dae-Su é raptado e misteriosamente encarcerado num quarto de hotel que apenas dispõe de uma cama, secretária, bloco de notas e uma televisão (a sua única janela para o exterior). Esta enigmática situação não se resolve de imediato mas sim prolonga-se durante 15 anos de duras sevícias e da mais cruel das reclusões. Porém, chega o dia em que Dae-Su é inexplicavelmente libertado e incentivado a descobrir, num prazo de cinco dias, a identidade de quem lhe causou tanta dor. Com a ajuda de uma simpática chefe de shushi, o homem lança-se numa árdua investigação que o colocará face ao seu passado e a um violento processo de vingança...

Subversivo como poucos, Oldboy glosa uma temática já demasiadas vezes explorada pelo cinema oriental ( a vingança e a brutalidade a ela associada) mas não se reduz nem se esgota nesse tópico narrativo; aliás, reinventa-o magistralmente, graças a um argumento belíssimo com ecos de tragédia grega, a uma direcção artística notável e a um domínio virtuoso da câmara que não deixa ninguém indiferente. Filmar 'acção' de forma original nos dias de hoje é extremamente difícil, mas esta obra promete e cumpre na perfeição. O filme nunca se esquece que a captação arbitrária de cenas de acção de nada vale se por detrás não houver emoção, desenvolvimento narrativo e personagens consistentes com quem nos preocuparmos. Park Chan-wook constrói planos imbuídos da mais obscena violência que, no entanto, conseguem atingir um grau de beleza, lirismo e metafísica aparentemente impossível. Apetece dizer que Oldboy é quase um acto de sublimação de um certo tipo de violência estilizada e altamente coreografada, que escapa aos lugares-comuns daquilo a que temos vindo a assistir nos filmes do género. No entanto, aqui há de tudo: sangue a rodos, suor, lágrimas, amor desregrado e dor anímica, formando um cocktail explosivo e irresistível.

É um facto que Oldboy assemelha-se a um filme de 'super-herói' mas foge às habituais fragilidades narrativas desse universo, e não teme a sua condição de adaptação de um manga (de Tsuchiya Garon, para sermos precisos). A riqueza conceptual do todo é uma mais valia inolvidável, à qual se vem juntar ainda o imprescindível desempenho de Choi Min-sik, repleto de garra, desejo e vulnerabilidade comovente. Estamos perante um monumento cinematográfico moderno que divide radicalmente as opiniões. Eu cá já sei o que a casa gasta; se me perguntarem o que acho de Oldboy serei obrigado a responder eloquentemente: "Um dos melhores filmes de sempre!"


Classificação: 5/5

terça-feira, 8 de julho de 2008

State and Main (2000)

Rodagem Debaixo de Fogo

Uma equipa de produção cinematográfica chega à pitoresca cidade de Waterford, no Vermont, para ali realizar um filme intitulado The Old Mill. As complicações também vêm com o staff e começam-se a manifestar logo ao início, sob a forma de actores egocêntricos, de um argumento ainda por trabalhar, de habitantes sequiosos por lucrar com as filmagens na sua terra e de um orçamento que se está a expandir para valores altíssimos. Entre a podridão moral daqueles que querem fazer um filme e daqueles que dele se querem aproveitar, surge uma das poucas pessoas que mantém a integridade pessoal e artística: o menosprezado escritor e agora argumentista Joe White, o (anti) herói da história que apenas deseja que o seu script veicule correctamente o tema da busca da pureza...

O que se retém de State and Main é uma deliciosa e contundente crítica à indústria cinematográfica de Hollywood, um pouco à semelhança daquilo que Robert Altman fez nos anos noventa no seu implacável The Player. O dramaturgo, realizador e argumentista David Mamet desenvolve uma fita de inegável subtileza que estabelece uma relação intíma com a linguagem teatral sem se alienar dos imprescindíveis códigos do cinema. Dito de outro modo: State and Main respira o ritmo fluido dos palcos, explorando os seus diálogos lapidares e as suas múltiplas personagens sempre nesse registo; no entanto, e apesar desta componente, nunca deixa de ser um filme. O que resulta é uma obra sedutora, inteligente e divertida (e com um grande, grande elenco) em que a pureza convive com os esquemas mais ardilosos de gente muito gananciosa. Joe White, desempenhado pelo sempre notável Phillip Seymour Hoffman, consegue atingir esse estado de candura não só no nome e no plano artístico, como também na veia amorosa, ao esbarrar com a dona da livraria local. Afinal, ainda há esperança para as gentes de Hollywood!


Classificação: 3/5

sábado, 5 de julho de 2008

Bitter Moon - Lua de Mel, Lua de Fel (1992)


Quando um Homem ama uma Mulher...

Roman Polanski encena, em Bitter Moon, um assombroso conto erótico que se propõe a destruir, com vincada convicção e sarcasmo, as mais diversas ilusões e convenções reinantes no género romântico. Não só o realizador cumpriu a tarefa com um êxito avassalador, assinando um drama muito ácido que se assemelha a um opúsculo anti-romance, como acabou por edificar um dos melhores títulos da sua filmografia. Estamos, de facto, perante uma melancólica história de encontros acidentais, tecida com uma elevada carga sensual e que perscruta, com sobriedade, a faceta mais perversa do desejo, do amor e da obsessão sexual.

Oscar e Mimi sentiram uma atracção instantânea quando os seus rumos se entrelaçaram. O amor fogoso brotou, ganhando uma aura idílica, mas cedo se auto-consumiu devido à forte dependência que se estabeleceu entre aquele par de amantes. Afinal, tudo o que é vivido com tanta intensidade acaba por estagnar, mais tarde ou mais cedo. Agora, enquanto estão num cruzeiro rumo a Istambul, Oscar e Mimi estabelecem contacto com um jovem (e reprimido) casal inglês, que será o fiel depositário dos relatos incendiários de uma paixão que já o foi, mas já não é, e que apenas deixou dilacerações irreversíveis nos seus elementos humanos.

Bitter Moon escalpeliza, com assumida naturalidade, temas tão escaldantes como a decadência moral, a anulação pessoal e a submissão (sendo que este último acarreta a prática do sadismo e masoquismo), sem nunca esquecer a estruturação de uma narrativa eminentemente complexa a nível dramático. O conteúdo aqui é sério, adulto e radicalmente diferente dos padrões românticos que Hollywood tão prolificamente advoga. Roman Polanski quase desce a patamares dantescos, nesse seu inominável objectivo de desbravar os territórios movediços da interacção entre um homem e uma mulher (e do amor e do ódio que se apoderam de cada um deles). Uma coisa é certa: a viagem naquele cruzeiro será tão trágica e inesquecível como o percurso daquela história amorosa.


Classificação: 4/5

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Sábado, na RTP2...



- A Cor Púrpura (1985), de Steven Spielberg. Com Whoopi Goldberg, Danny Glover e Oprah Winfrey (no papel que lhe deu uma merecida nomeação ao Óscar de Melhor Actriz Secundária);

- Morangos Silvestres (1957), de Ingmar Bergman. Uma das obras-primas do cineasta já falecido, que lhe grangeou a primeira nomeação ao Óscar de Melhor Argumento Original.

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

A Austeridade do Medo

Funny Games (1997), de Michael Haneke

Funny Games (2007), de Michael Haneke


Agora que o remake de Funny Games chegou às salas de cinema, seria bom rever a obra original na televisão!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Por onde andas, Nastassja Kinski?

Tess (1979), de Roman Polanski


One from the Heart (1982), de Francis Ford Coppola


Paris, Texas (1984), de Wim Wenders


terça-feira, 1 de julho de 2008

Dead Man - Homem Morto (1995)

Jornada para a Morte

Fascinante pérola existencialista dos anos 90, injustamente subvalorizada e esquecida. Jim Jarmusch celebra em Dead Man a revisitação do género querido do cinema clássico americano: o Western. Só que em vez de se contentar com a transposição dos códigos narrativos inatos a esse género e com o mero decalque da sua simplista atitude formal, Jarmusch reinventa-o e apresenta-nos um Western pós-moderno absorto numa metafísica arrebatadora, em simbologias desconcertantes e num acérrimo desencanto filosófico .

Filmado num belíssimo preto e branco (da responsabilidade de Robert Müller), Dead Man relata o árduo percurso físico, emocional e espiritual do jovem William Blake que, na segunda metade do século XIX, se dirige para a cidade de Machine em busca de um emprego como contabilista numa muito conhecida fábrica metalúrgica. Uma vez lá chegado, é maltratado pelo director daquela empresa familiar e posto na rua sem qualquer tipo de decoro. Ao errar pela pequena cidade "doentia", Blake trava conhecimento com uma afável ex-prostituta, com quem acaba por passar a noite. Mas o ex-amante da rapariga aparece e, num acesso de fúria, dispara mortalmente sobre ela, acabando por ferir também Blake. Este reage, abate o homem e foge sem destino. Às portas da morte e contando apenas com a ajuda de um índio (que alerta o contabilista para o facto de partilhar o nome com o famoso poeta visionário), Blake fica a saber que o homem que matou é o filho do empresário que o rejeitou, e que este mandou três assassinos no seu encalço...

Dead Man é uma galvanizante parábola sobre a Morte e uma carta de pessimismo em relação ao Homem e às suas acções inconsequentes. O filme tem um argumento tão rico que permite as mais estimulantes leituras: pode ser visto como o salutar encontro de um homem com a sua espiritualidade, a necessidade de fugir de contextos conspurcados (neste caso, a cidade) e alcançar a transcendência individual num qualquer lugar mais "puro", o agarrar a vida mesmo quando esta teima em nos escapar, ... Esta complexidade de interpretações torna Dead Man num objecto lírico irrepreensível, que foge aos lugares-comuns quer do cinema de massas, quer do dito cinema independente (que também os tem, é preciso dizer). Jim Jarmusch consegue aqui uma fita de inegável beleza etérea que encerra um paradoxo algo redundante, mas intenso: é no processo da morte certa que Blake saboreia como nunca a vida que lhe passou ao lado.

A composição musical de Neil Young é um pouco questionável, mas a verdade é que ajuda a acentuar o clima de estranheza veiculado pelo filme e confere-lhe uma identidade muito própria. Dead Man pode não ser consensual, mas quando alcança o nosso âmago, torna-se automaticamente uma referência do bom cinema arty dos anos 90.


Classificação: 4/5