domingo, 30 de dezembro de 2007

Este Blog deseja...

Tudo de bom, para todos!

A (Re)Descobrir...


"Limbo" (1999), de John Sayles, é muito provavelmente um dos melhores filmes do final da década de 90 e, no entanto, permanece no buraco do esquecimento. Concordo quando se referem ao realizador como um "mestre da tapeçaria humana" e em "Limbo" essa expressão aplica-se correctamente. A acção decorre no Alaska e o argumento gira em torno de Joe Gastineau (um pescador traumatizado por um acidente marítimo ocorrido há alguns anos), Donna de Angelo (uma talentosa mas mal-sucedida cantora) e Noelle, a instável filha de Donna. Ambas apaixonam-se por Joe e a relação mãe-filha torna-se ainda mais conflituosa. Durante um passeio de barco pela costa do Alaska, estas três personagens irão ver-se frente a frente com uma situação extrema que lhes poderá custar a vida. "Limbo" faz um aprofundamento quase exaustivo no que diz respeito à caracterização das suas personagens e tem ainda espaço para tecer um comentário social pertinente. O final em aberto joga com as expectativas do espectador e até pode frustrar muita gente, mas no entanto parece ser a solução mais correcta. "Limbo" merece definitivamente ser redescoberto!

sábado, 29 de dezembro de 2007

Away From Her - Longe Dela (2006)

Laços De Ternura

Permitam-me que faça justiça a um belíssimo filme que, em Portugal, foi lançado directamente em DVD. Refiro-me a Away From Her, a primeira experiência de Sarah Polley como realizadora. Este é um drama intimista que revela a profunda história de amor entre Fiona e Grant (um casal de meia-idade com uma relação ternurenta) e a sua luta para enfrentar um problema que aos poucos se começa a apoderar dela: a doença de Alzheimer. O casal chega à conclusão que a solução reside numa instituição especializada e Fiona muda-se para lá definitivamente. Nos primeiros trinta dias, ela não pode receber nenhum tipo de visitas (incluindo as do marido) e esse período de tempo revelar-se fulcral, pois Fiona vê a sua condição médica agravar-se num ápice. Quando chega o dia da visita de Grant, Fiona já não o reconhece e toda a sua atenção parece estar centrada num outro doente, com quem estabeleceu laços de amizade muito íntimos. Por amor à mulher e à sua total felicidade, Grant está disposto a cumprir um doloroso sacrifício.

Away From Her é uma primeira obra de enlevada delicadeza que roça a perfeição artística! Polley consegue revelar, com muito realismo, os vários efeitos da doença de Alzheimer e não tem quaisquer preconceitos em retratar um amor de longa data, onde se vislumbram sentimentos tão nobres como a lealdade, a perseverança e o altruísmo. O filme está imbuído de sobriedade e elegância e concentra duas interpretações verdadeiramente notáveis (a cargo de Julie Christie e Gordon Pinsent). Tiro o chapéu a Sarah Polley por ter arriscado tanto e por ter sido capaz de atingir um resultado tão espantoso, de fazer inveja a muito realizador experiente. Verdade seja dita, do alto dos seus 28 anos, a realizadora revela uma maturidade e perspicácia de pasmar. Acredito que o tempo fará justiça a esta obra desprotegida, mas plena de sensibilidade.


Classificação: 4,5/5

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Redacted - Censurado (2007)

Uma Verdade Inconveniente

Redacted é um projecto experimental que se baseia livremente nos acontecimentos verídicos que tiveram lugar no Iraque, no ano passado, aquando da presença militar norte-americana. O filme centra-se num diminuto grupo de soldados americanos (responsáveis por um tenso posto de controlo naquele território) que, entre inúmeras atrocidades, violaram e assassinaram uma jovem de 15 anos e tentaram mascarar a verdade de forma revoltante.

Redacted foi realizado pelo nem sempre regular Brian De Palma e está tematicamente muito próximo de uma outra obra do realizador, o selvagem Corações De Aço (em que um grupo de soldados americanos, liderados pela personagem de Sean Penn, raptava, violava e assassinava uma jovem vietnamita), mas fora isso é todo um outro campeonato. O filme assenta num registo de falso-documentário hi-tech ou reportagem ficcionada (as imagens que vemos são captadas pelos próprios elementos do grupo de soldados ou pelos diversos media que fazem a cobertura da situação), elevando o realismo e a crueza de todo aquele cenário.

A narrativa é magnífica no facto de colocar em cena todas as dinâmicas de grupo, a metodologia do processo jornalístico e ainda por lançar um curioso foco sobre a dimensão e relevância das novas tecnologias de comunicação e informação. Outra das competentes estratégias de Redacted reside na forma como ilustra eficientemente as diferentes perspectivas sobre aquele caso concreto e revela os diversos níveis de formatação das notícias e respectiva difusão à escala global.

Brian De Palma demonstra coragem na vontade de atiçar consciências e de não jogar pelo seguro. No fim de contas,acaba por realizar um filme emocionalmente desafiador (é um murro no estômago e um atestado anti-guerra e pró-verdade, que apresenta os panoramas devastadores que ocorrem nesse contexto, independentemente da génese do conflito e das nacionalidades envolvidas) e assustador (na medida em que se refere a acontecimentos ainda muito presentes na memória colectiva e no facto de abordar frontal e satiricamente a facilidade da manipulação dos mecanismos da verdade), afastando-se assim de alguma da mediocridade que o estava a contaminar nos seus últimos esforços criativos.

Esta obra formalmente transgressora assume-se como um verdadeiro triunfo artístico que também remexe o intelecto, abrindo as portas para o diálogo pós-visionamento. Em suma, outra obra-chave deste ano cinematográfico que não está a ser tão mau como querem fazer crer!


Classificação: 5/5

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Retratos de Obsessão...



- "Death In Venice/ Morte A Venezia - Morte Em Veneza" (1971): O majestoso filme de Luchino Visconti relata o percurso de dilaceração física e mental de um compositor de renome, que se dirige a Veneza para encontrar um período de paz e reflexão. Aí chegado, o artista rapidamente nutre uma inquietante obsessão por um adolescente que personifica um raro ideal de beleza e sedução. Ao mesmo tempo, Veneza torna-se o palco principal da propagação de uma destruidora maleita... "Morte Em Veneza" é um prodígio a todos os níveis e um dos melhores filmes a retratar o tema da obsessão (neste caso, a obsessão por uma beleza fria e inatingível, com o poder de corromper). É uma obra elegante, que se coloca facilmente no panteão das fitas ultra-depressivas, mas emocionalmente estimulantes. Com Dirk Bogarde;

- "Vertigo - A Mulher Que Viveu Duas Vezes" (1958): A obra-prima de Alfred Hitchcock é uma alucinante espiral de decadência psicológica e romantismo desesperado! O filme conta a odisseia de um detective reformado (e acrofóbico) que se apaixona perdidamente pela enigmática mulher que está a investigar. Ela acaba por morrer de forma trágica e, a partir desse momento, o detective deixa-se enlear numa mirabolante teia de mentiras, desilusões e traições, que conduzirão a situações extremas. Aqui a obsessão é romântica e fortemente sexual (se bem que ilustrada de forma muito subtil). Com James Stewart e Kim Novak;

- "Le Grand Bleu - Vertigem Azul" (1988): Filme absolutamente notável do realizador francês Luc Besson, que descreve a extrema obsessão por esse imenso mundo que é o Mar. O argumento centra-se na rivalidade entre dois homens que partilham a mesma paixão pelo mergulho. No meio está a mulher que se encontra apaixonada por um deles, apesar de saber que ficará sempre em segundo lugar quando comparada com o universo aquático. O filme é algo simplista nas suas linhas narrativas, mas isso pouca importância tem quando se percebe que o seu ponto forte reside exactamente no impacto da poesia visual que destila. É uma obra vertiginosa e de uma beleza inesquecível, uma autêntica experiência sensorial. Com Jean Reno, Rosanna Arquette e Jean-Marc Barr.

Charlie e a Fábrica de Chocolate, de Tim Burton

Hoje, RTP1, 22H25.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Este Blog deseja...


... um Santo Natal a todos! Boas Festas!

As Personagens Masculinas Do Ano...

Nikolai, "Eastern Promises" - Viggo Mortensen


Peter Evans, "Bug" - Michael Shannon


Dan Dunne, "Half Nelson" - Ryan Gosling

As Personagens Femininas Do Ano...

Erica Bain, "The Brave One" - Jodie Foster


Agnes White, "Bug" - Ashley Judd


Sarah Pierce, "Little Children" - Kate Winslet

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Cena de Culto...



High Fidelity - Alta Fidelidade (2000): Jack Black a cantar de forma cómica (e muito sentida) o clássico de Marvin Gaye, "Let's Get It On".

Fim-de-Semana...



- "Bullets Over Broadway - Balas Sobre A Broadway" (1994) e "The Gold Rush - A Quimera Do Ouro" (1925) serão transmitidos na Sessão Dupla de Sábado, na RTP2. O primeiro filme é uma engenhosa sátira de Woody Allen aos meandros do teatro; o segundo, é mais uma obra-prima de Charles Chaplin sobre a febre do ouro. Para ver a partir das 22h40.

- Ainda no Sábado, o canal Hollywood exibe "Jungle Fever - A Febre Da Selva" (1991), de Spike Lee. O filme relata o percurso atribulado de uma relação extra-matrimonial que um arquitecto negro mantém com uma secretária italiana. Para ver às 21h30.

- No Domingo, também no canal Hollywood, roda o filme de Guy Ritchie , "Snatch - Porcos e Diamantes" (2000), essa deliciosa crónica de um bando de malandros que buscam desesperadamente um diamante. Exibição às 16h00.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Half Nelson - Encurralados (2006)

O Mundo dos Opostos

Que admirável filme é este "Half Nelson", uma das surpresas indie que estrearam em Portugal este ano! Ryan Gosling dá uma interpretação honesta e crúa enquanto Dan Dunne, um jovem professor de História com um vasto background cultural e com teorias muito próprias acerca dos opostos e das mudanças sociais. A sua forma descontraída de ensinar consegue cativar a turma, lançando debates que incitam à livre expressão e ao aprofundar de conhecimentos. Mas como todos nós, Dan não é perfeito: a sua aparência descomplexada esconde uma profunda dependência das drogas. O professor está perdido na monotonia e na decadência da sua atitude hedonista, mas mantém uma ilusão de que está tudo sob controlo. O seu quotidiano sofrerá algumas alterações no momento em que Drey, uma adolescente e aluna de Dan, descobre o seu secreto vício. Entre eles formar-se-á um delicado elo de cumplicidade, que poderá ser a bóia de salvação para ambos."Half Nelson" é uma proposta muito original no universo dos filmes de "professor e alunos", universo esse que nem sempre trouxe resultados muito estimulantes. Aqui o professor é tudo menos o politicamente correcto e é nesse preciso ponto que o filme imediatamente nos consegue arrebatar! A personagem de Rosling é fabulosa no sentido em que lhe é impossível associar qualquer rótulo sociológico, permitindo ao actor uma total liberdade de composição e colocando o espectador numa espécie de limbo moral. Neste filme não há espaço para discursos demagógicos ou sequer maniqueístas e a frescura de ideias com as quais nos deparamos tornam "Half Nelson" um objecto de enorme sensibilidade e radicalidade. Shareeka Epps, a jovem actriz que interpreta Drey, tem aqui o seu primeiro papel e o minímo que se pode dizer é que se trata de uma verdadeira descoberta. Shareeka é um prodígio de contenção e a sua personagem é comovente devido ao retrato realista que a actriz proporciona, já que cria, com grande entrega, uma carismática adolescente cuja réstia de inocência lhe está lentamente a escapar. A nível da narrativa e da realização, o filme assenta numa aura minimalista que pulula de personalidade, não recorrendo a artíficios e centrando-se exclusivamente nas suas personagens. O final, exímio no low-profile, é uma linda nota de esperança! Aconselho vivamente!


Classificação: 4/5

Woody Allen e a falta de argumentos...



O lendário Woody Allen realizou um vídeo em que demonstra o seu apoio à causa dos argumentistas norte-americanos. Delicioso...

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

As Estrelas e a Publicidade



Clive Owen (Lancôme), Charlize Theron (Dior), Nicole Kidman (Omega), George Clooney (Nestlé).

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Zodiac (2007)

Identidade Desconhecida

"Zodiac", mais um passo em frente na ilustre carreira do talentoso realizador David Fincher, baseia-se em factos reais e descreve a interminável jornada de descoberta da identidade de um serial-killer que aterrorizou a Califórnia durante décadas. O assassino, que se auto-intitulava Zodiac, mantinha uma estreita relação com jornalistas e detectives através de cartas que continham cifras e pistas. O filme centra-se particularmente nas acções de três homens que tudo fizeram para o capturar: um destemido jornalista, o seu colega de ofício (um jovem cartoonista) e ainda um detective da polícia. Juntos, estes homens dedicaram as suas vidas e carreiras à descoberta da identidade daquele assassino. "Zodiac" é uma rigorosa análise à obsessão e à metodologia que sempre acompanharam aqueles homens e caracteriza-se por uma reconstituição de época simplesmente admirável. A realização de Fincher é sempre segura e nunca desaponta, se bem que aqui esteja mais contida e escorreita (mas a intensa narrativa só poderia conduzir a esta opção). O argumento é muito complexo e denso, exigindo uma grande disponibilidade e entrega por parte do espectador, tal é a quantidade de informação a assimilar. Mas ao pedir esse esforço ao espectador, "Zodiac" faz com que este anseie pela resolução deste puzzle tão enigmático. Por momentos, escutam-se ecos da estrutura e métodos dos thrillers políticos dos anos 70, uma vez que o enfoque nas personagens e nas suas esferas de acção é enorme. O filme está cronologicamente muito bem arrumado e a atmosfera torna-se soturna em determinadas alturas, contribuindo para um certo clima de tensão e mau-estar (conceitos que, aliás, sempre estiveram presentes na filmografia do realizador). Curiosa é a forte componente musical, que surge aqui como que a acentuar alguns aspectos narrativos e a própria obsessão das personagens. Do elenco destacam-se as interpretações de Mark Ruffalo, Jake Gyllenhaal e Robert Downey Jr., excelentes actores que se encontram aqui em grande forma a defender os seus papéis. No caso de Robert Downey, registe-se como curiosidade o facto da sua personagem transparecer alguns dos hábitos que circundaram o actor no seu passado desregrado. "Zodiac" é um belíssimo filme e sem sombra de dúvida que merece estar nas listas dos melhores do ano.


Classificação: 4,5/5


Cena de Culto...



Trainspotting (1996)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

La Pianiste - A Pianista (2001)

Lições de Amor

A Pianista, filme realizado por Michael Haneke, é um singular objecto de cinema que provoca a mente do espectador e testa os seus limites morais. Por isso mesmo não gera consenso: ou se ama ou se odeia. Este drama clínico intimista é decididamente um assombroso estudo da psicologia das suas personagens, em que ecoam traços de obsessão, manipulação, desejo e repressão. Mas já seria de esperar tais temáticas, tanto mais que atrás da câmara encontra-se um dos mais interessantes autores europeus da actualidade.

Isabelle Huppert (magnífica) compõe Erika Kohut, uma rígida professora de piano com dificuldades de interacção social. Ela é portentosa na sua arte, mas essa realidade esconde uma personalidade doentia e perigosa: Erika recorre à auto-mutilação como forma de satisfação sexual, tenta prejudicar talentos emergentes nas suas aulas e mantém uma relação ambivalente com a sua mãe (com a qual partilha a casa). Erika é alguém que vive constantemente com o sofrimento e com a negação, com a plena consciência de si mesma e da sua sexualidade distorcida, sendo incapaz de avaliar correctamente o bem e o mal nos seus comportamentos. O seu mundo ficará virado ao contrário a partir do momento em que ela se torna o alvo das atenções e afeições de Walter (Benoit Magimel, igualmente assombroso), um aluno selecto e erudito que se fascina pela professora e que se predispõe a conquistá-la. Essa relação torna-se bastante complexa, conduzindo Erika e Walter por um turbilhão afectivo repleto de acções extremas, em que ela começa a perder todo o controlo e ele vê a sua postura e personalidade totalmente corrompidas.

Ao mesclar a carga perturbadora dos confrontos sexuais com as subtis ambiguidades do desejo, Haneke acaba por propor um foco sobre a progressiva destruição de uma relação em que as expectativas são quase sempre deixadas na periferia. O filme assenta num registo muito clínico e as interpretações (que se encontram nessa linha de acção) deixam transparecer um paradoxo: aparentemente regem-se por algum underacting, mas na verdade percebe-se com clareza a dimensão da tempestade emocional que contêm. Os actores são espantosos nas suas composições, colando aos seus papéis as respectivas densidades psicólogicas e indo aos limites da representação. No fim, tudo acaba por soar a real e a desespero romântico, se bem que de forma assustadora e depressiva. Aqui não há que enganar: A Pianista é mesmo um daqueles "murros no estômago", que nos desconcerta pelo realismo, pelos extremos a que vai e pelo facto de nos deixar a pensar. Se não é um dos filmes maiores da década, anda lá muito perto!


Classificação: 5/5

Filmes para o Natal que se avizinha...



Sabe sempre bem (re)ver estes filmes nesta época...


sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Fim-de-Semana...



- "Dial M For Murder - Chamada Para A Morte" (1954), de Alfred Hitchcok e "Modern Times - Tempos Modernos" (1936), de Charles Chaplin, são exibidos na Sessão Dupla de Sábado da RTP2. O primeiro filme, um puzzle de suspense tão típico do seu realizador, resume-se a um mirabolante esquema que um homem inventa para se ver livre da sua mulher (a bela Grace Kelly). O segundo filme é uma obra-prima que tive o prazer de ver na escola e trata-se de uma deliciosa sátira à brutal estandardização dos processos industriais e à frágil componente humana que opera nesse meio (e que acaba por ser retratada de forma burlesca). Para ver a partir das 22h45;

- "Erin Brockovich" (2000), de Steven Soderbergh, é exibido no canal AXN, também no Sábado, quando rondar as 22h30. O filme conta a história de uma ex-beauty queen e working class hero com um percurso de vida errático que consegue desvendar os esquemas sórdidos de uma grande organização. É, na minha opinião, um excelente filme-denúncia, com um tratamento visual a fazer lembrar as reportagens televisivas e com uma interpretação gigantesca de Julia Roberts.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Guilty Pleasure: When Harry Met Sally - Um Amor Inevitável (1989)

Este filme ocupa um lugar muito especial no meu coração... Já o vi milhares de vezes, mas de cada vez que o apanho na televisão é impossível desviar o olhar. É muito cómico, inteligente e ternurento e faz-me sempre lembrar as desventuras de Woody Allen. Depois tem diálogos saborosos e uma Meg Ryan de nos fazer cair para o lado. É muito provavelmente uma das melhores comédias românticas de sempre... E quem se esquece daquele inimitável orgasmo?

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Retratos da Perda de um Filho...



- "Ordinary People - Gente Vulgar" (1980): Drama adulto e sóbrio de Robert Redford que retrata uma família em processo de degradação na sequência da morte do filho mais velho. A mãe refugia-se na capa da frieza e vive no mundo das aparências, sendo incapaz de interagir com o outro filho, um adolescente que se sente responsável pela tragédia e que por isso mesmo vive traumatizado e consumido pela culpa. O pai bem tenta reestruturar a família, mas os seus esforços acabam por se desvanecer perante as fortes barreiras que cada um edifica. Vencedor do Óscar de Melhor Filme, com Mary Tyler Moore, Donald Sutherland e Timothy Hutton.

- "La Stanza Del Figlio - O Quarto do Filho" (2001): Desarmante filme de Nanni Moretti, que interpreta o papel de Giovanni, um psiquiatra e dedicado pai de família que entra em colapso após a morte do filho Andrea. Giovanni desinteressa-se de tudo e até começa a perder a paciência para os seus pacientes. Só a descoberta de um segredo de Andrea que estava muito bem guardado fará com que Giovanni e a familía possam começar o processo de cura. Dotado de uma sensibilidade europeia e extremamente comovente, "O Quarto do Filho" é um dos filmes fulcrais desta década. Com Laura Morante.

- "In The Bedroom - Vidas Privadas" (2002): Inquietante filme de Todd Field (Little Children) que conjuga o tema da perda de um ente querido com a necessidade absoluta de vingança. Os Fowler são uma família unida que não vê com bons olhos o relacionamento amoroso do filho Frank com uma mulher divorciada e mãe de dois filhos. Tudo parece estar nos eixos até entrar em cena um ex-marido irado que acaba por cometer um crime atroz contra Frank. A partir daí, a família outrora feliz tentará superar este duro golpe e reencaminhar a sua vida, mesmo que se tenha de executar um acto brutal. Nem sempre amei o final deste filme, mas a minha opinião tem vindo a ser suavizada pela grandiosidade da obra no seu todo. Com Sissy Spacek, Tom Wilkinson e Marisa Tomei.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Swimming Pool (2003)


Verão Escaldante

Gosto de "Swimming Pool", o thriller de François Ozon que levou pancada de alguma crítica nacional. Acho que é uma competentíssima homenagem ao trabalho de Alfred Hitchcock e é um filme que não tem problemas em brincar habilmente com o espectador, deixando-o na incerteza sobre o que é que se trata realmente esta história. Sarah Morton é uma escritora de policiais que procura alguma inspiração para o seu novo projecto. Cansada do ambiente e da rotina em que se move, a autora decide aceitar a sugestão do seu editor e dirige-se para a casa deste, no Sul de França. Essa solarenga região parece ser o escape ideal para o descanso e reflexão que se pretende, mas a calmaria é de repente assombrada com a chegada de Julie, a insolente e perversa filha do editor. Julie é uma jovem sexualmente insinuante e sem qualquer tipo de rédeas, que irá entrar em confronto com a personalidade mais subtil e conservadora de Sarah. No entanto, e apesar de alguns atritos, estas duas mulheres tão diferentes irão fascinar-se uma pela outra e terão de unir esforços para resolver uma situação inesperada… A partir deste momento, a narrativa muda bruscamente de tom e revelar mais pormenores seria criminoso da minha parte. Devo dizer que este é daqueles filmes que vive mais às custas do desenvolvimento das personagens principais e dos ambientes do que propriamente do argumento (apesar de achar que este é muito inteligente). O que está aqui em causa é o deslindar dos traços de personalidade daquelas mulheres tão intrigantes e das situações que tendem a pô-las em antagonismo. O filme calca algum do surrealismo de David Lynch e tenta colocar-se no campo do suspense (com direito a twist e tudo), mas no final consegue surpreender mais por ser um interessante estudo de personagens, por lançar uma descomprometida visão da complexidade feminina e por apontar o dedo a alguma alienação que pode ocorrer no processo de criação. Charlotte Rampling, no papel de Sarah, é fabulosa na composição de uma mulher rígida e controlada que vê numa simples adolescente o protótipo de irreverência e liberdade que gostaria de agarrar e Ludivine Sagnier (a provocante Julie) é excelente na criação de uma Lolita ultra-provocadora com sérias carências afectivas . “Swimming Pool” troca-nos as voltas e permanece na nossa memória e por isso mesmo merece ser redescoberto!


Classificação: 4/5

sábado, 8 de dezembro de 2007

A Magia do Cinema

Por um par de horas (e com um par de óculos 3D), "Beowulf" envolve-nos no brilho da magia do cinema. O filme, baseado num poema épico e realizado por Robert Zemeckis, é realmente bom e o 3D traz ainda mais encanto. É uma maravilhosa experiência, ideal para esta altura do ano!

Fim-de-Semana...



- "The Pledge - A Promessa" (2001) e "The Great Dictator - O Grande Ditador" (1940) são exibidos esta noite, na Sessão Dupla da RTP2, perto das 22h50. O primeiro filme é realizado por Sean Penn e a história centra-se num polícia reformado (Jack Nicholson) que se dedica à caça de um assassino de uma criança; o segundo é escrito, realizado e interpretado pelo genial Charles Chaplin e trata-se de uma estrondosa sátira à Alemanha Nazi, em que um pobretanas é confundido com um ditador;

- "The Portrait Of A Lady - Retrato de uma Senhora" (1996) é um filme de Jane Campion (O Piano) que narra as desventuras de uma jovem herdeira americana que se torna alvo de um plano maquiavélico. O elenco é de luxo: Nicole Kidman, John Malkovich, Viggo Mortensen, Christian Bale e Mary Louise-Parker, entre outros. Para ver no canal FOX, Domingo, quando rondar as 17h00.