
terça-feira, 31 de julho de 2007
Intimacy - Intimidade (2001)
A Incomunicabilidade No AmorEla vai todas as quartas-feiras a casa dele e fazem sexo. Ela chama-se Claire; ele Jay. Não se conhecem minimamente e apenas trocam algumas frases de circunstância. O que importa ali é o encontro dos corpos e a obtenção do prazer num par de horas. Só que um dia ela não aparece... e ele sente um enorme desejo de a seguir... e tudo mudará com a introdução das "palavras" naquela relação tão singular. O filme-choque de 2001, de Patrice Chéreau, contém um conjunto de cenas de sexo que pasmaram plateias e até os críticos mais conservadores. De facto, a entrega dos actores é admirável e essas cenas nunca são exibidas com o rótulo de "gratuitas"; é mesmo fundamental para a história que tais conteúdos imperem de uma forma real e despojada, até porque o próprio filme serve-se do realismo (britânico até) para veicular as linhas fortes do argumento. A incomunicabilidade e o amor no mundo dos adultos são os grandes temas deste "Intimidade", mais até do que o polémico sexo. Aquelas personagens bem tentam compreender os fios que unem a sua relação, mas tudo se torna complicado quando se apercebem das suas próprias posições e limitações. Há ali amor, não de forma visível, mas há! A actriz Kerry Fox (Claire) acabou por vencer o Urso de Prata para Melhor Actriz no Festival de Berlim de 2001. De resto, atenção à presença discreta, mas segura, de Marianne Faithfull, a algum virtuosismo na realização e à excelente banda sonora.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
25th Hour - A Última Hora (2002)
Seguramente um dos melhores filmes desta década! Spike Lee olhou de frente para a sua Nova Iorque ferida e não hesitou em captar toda a sua fragilidade e beleza. O fantasma do 11 de Setembro está lá todo, impresso em inúmeros fotogramas e em cada olhar magoado. A abordagem é subtil e todo o filme está impregnado de tristeza e melancolia. Sentimos até a sensação de mau estar e ira e toda a dificuldade de lidar com tal desconforto (retratada exemplarmente na já mítica "cena do espelho", onde se assiste a uma tortuosa descarga de bílis). Estamos na presença de uma verdadeira tragédia americana, com um tratamento narrativo clássico, mas também combinando os traços da modernidade. Seguimos de perto o último dia de Monty antes deste dar entrada na prisão, para cumprir uma pena de 7 anos. Monty fez vida à custa do tráfico de drogas e acabou por ser capturado. A desconfiança sobre quem o terá denunciado cai quase toda em cima da sua companheira Naturelle, mas o seu amor por ela é forte demais para que possa acreditar em tal traição. Essas últimas horas de liberdade servem para Monty avaliar toda a sua trajectória, os seus erros e sentimentos e para se despedir convenientemente daqueles que mais ama (pai, amigos e namorada). Não é errado dizer que estamos perante uma carta de amor à cidade do coração de Spike Lee. Por exemplo, o cão ferido que Monty acolhe logo no início do filme representa uma Nova Iorque abalada pela calamidade de 2001, que necessita urgentemente de amor e protecção; outro exemplo soberbo é o cartaz que surge rapidamente no ecrã lá para o fim do filme e onde podemos ler "You Cannot Stop New York". São estas subtilezas e densidades emocionais que permitem elevar esta obra a píncaros de genialidade, sem esquecer a inteligência e sobriedade do dispositivo dramático presente no filme. As personagens têm uma enorme profundidade e os actores que lhe dão corpo são assombrosos, especialmente Edward Norton (no papel principal), Rosario Dawson (Naturelle) e Barry Pepper (o yuppie, amigo de infância de Monty). É um filme sobre opções, sobre o renascer das cinzas, por muito difícil que isso seja. Obrigado Spike Lee!Classificação: 5/5
sexta-feira, 27 de julho de 2007
2 Days In Paris (2007)
"2 Days In Paris", o filme escrito, realizado e interpretado pela actriz Julie Delpy, estreará em Portugal a 13 de Setembro. A história gira em torno de Marion e Jack (ela uma fotógrafa francesa; ele um designer de interiores americano), um casal residente em Nova Iorque que tenta reanimar a sua relação com uma viagem a Paris, onde vivem os pais dela. Só que as coisas não serão assim tão pacíficas, uma vez que os problemas de comunicação não tardam a emergir e os contactos com os ex-namorados de Marion também não vêm facilitar a "terapia" do casal. Quero crer que temos aqui cult movie...quinta-feira, 26 de julho de 2007
Death Proof - À Prova de Morte (2007)
Orá cá está um verdadeiro melting pot de referências: a nova empreitada de Quentin Tarantino, integrada no conceito Grindhouse, vai beber influências a obras como Duel, Terror na Auto-Estrada (o vilão enquanto personificação absoluta do mal que anda à solta), Psycho (introdução de novas personagens a meio do filme), The Vanishing Point e séries como The Dukes Of Hazard. Tarantino em modo de criador de vinhetas copistas? Infelizmente, confirma-se!
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Os Miseráveis
To Die For - Disposta a Tudo (1995)
Suzanne Stone é uma mulher disposta a tudo para encontrar o seus 15 minutos de fama. Toda a sua vida e objectivos circulam em torno da televisão e da exposição mediática, doa a quem doer. Quem não vê esta atitude com bons olhos é o seu simplório marido, que apenas deseja uma vida familiar pacata e feliz. Ao iniciar a sua profissão numa pequena emissora local, Suzanne começa desde logo a puxar alguns cordelinhos que a permitam escalar as montanhas do sucesso. Após alguns percalços no local de trabalho, lá consegue a autorização do patrão para realizar um documentário sobre a vida dos adolescentes. Suzanne centra-se nas vivências de 3 estudantes white trash, acabando por se envolver com um deles. Pouco tempo depois, tenta convencer o amante juvenil a "despachar" o seu marido! Cínico, negro e muito divertido, este filme de Gus Van Sant, realizado em 1995, é um excelente exemplo do poder e glamour que a televisão e o seu circo mediático exercem sobre os telespectadores. Mais uma vez, uma grande interpretação de Nicole Kidman, no papel da bitchy e destemida Suzanne, que lhe valeu um Globo de Ouro na categoria de Melhor Actriz de Comédia.Classificação: 4/5
terça-feira, 24 de julho de 2007
The Others - Os Outros (2001)
Grace é uma mulher que vive isolada com os seus dois filhos, Anne e Nicholas, numa bela casa na Ilha de Jersey. Do seu marido, que foi combater na 2ª Guerra Mundial, nada se sabe há já bastante tempo. Sozinha e desamparada, a jovem mulher desdobra-se em cuidados com os filhos, que padecem de uma rara e terrível doença que lhes poderá ser fatal: fotossensibilidade.
segunda-feira, 23 de julho de 2007
Chiquititas, Floribellas e Doces Fugitivas
Funny Games - Brincadeiras Perigosas (1997)
Certamente uma das obras mais chocantes dos anos 90! O realizador Michael Haneke expõe a nú as raízes do medo, usando e abusando da violência gratuita como forma de testar os limites do espectador. Tudo neste filme é uma provocação, que não se aliena do reconhecido registo austero de Haneke. Aqui narra-se a história de dois jovens aparentemente educados, Paul e Peter, que decidem abordar uma família que se encontra de férias na sua casa de campo. Ao início, as intenções dos rapazes parecem ser as melhores, mas logo os seus comportamentos começam a assumir outros contornos. Rapidamente, Paul e Peter revelam a suas personalidades sádicas e psicóticas, tornando aquela família (um casal e o seu filho) refém e obrigando-a a participar em jogos doentios...
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Uma por LaChapelle
Esta bela imagem faz parte da obra do fotógrafo David LaChapelle, o perito na cor e fantasia. Uma das cobaias foi Uma Thurman (mulher que considero particularmente lindíssima), nos idos de 97. As fotos desta actriz e de outras stars podem ser encontradas no livro de David, "Artists & Prostitutes", que reúne o seu trabalho entre 1985 e 2005.quinta-feira, 19 de julho de 2007
quarta-feira, 18 de julho de 2007
White Oleander - A Flor Do Mal (2002)
Uma agradável surpresa que quase ninguém viu. É triste, mas é a realidade. "A Flor Do Mal" é um equilibrado drama, realizado por Peter Kominsky e conta a história da ligação sofrida entre uma mãe e a sua filha. A manipuladora Ingrid é presa por ter morto o seu amante. Apesar desse facto, ela ainda consegue controlar a vida da sua filha de 15 anos, Astrid. Esta será confrontada com uma jornada errante (que inclui vários lares adoptivos) e com uma permanente luta pela independência face ao excessivo e nocivo controlo da sua mãe. Estas são as bases para um filme emocional, baseado no livro de Janet Fitch, "White Oleander". Estamos no domínio das relações afectivas e de todas as suas componentes, sem nunca descambar nos esquematismos que tanto caracterizam as telenovelas e outros produtos. O facto do elenco ser quase todo feminino ajuda a filtrar essa vaga de emoções e, verdade seja dita, reina aqui um cast de luxo: Michelle Pfeiffer (bela e a má da fita), Renée Zellweger, Robin Wright Penn e uma surpreendente Alison Lohman. Tudo neste filme é executado com uma maturidade e serenidade de pasmar, logo não há espaço para as lamechices que costumam ser ponto fulcral neste género de obras. Ainda bem que assim é e este "A Flor Do Mal" só ganha com isso.
terça-feira, 17 de julho de 2007
Puta de Vida
Gogol Bordello, "Super Taranta!"
Depois de ter visto a actuação dos Gogol Bordello com a Madonna no Live Earth, em que desconstruiram La Isla Bonita de uma forma espantosa, fiquei curioso com esta banda de punk rock cigano de Nova Iorque. O seu último álbum, Super Taranta!, é um autêntico frenesim. É ao mesmo tempo um desvario musical e um sopro hiper-contagiante (o pézinho não pára de bater...). Uma boa surpresa!segunda-feira, 16 de julho de 2007
Interpol, "The Heinrich Maneuver"
domingo, 15 de julho de 2007
Autárquicas CML
sábado, 14 de julho de 2007
Thirteen - Inocência Perdida (2003)
Injustamente ignorado aquando da sua estreia nas salas americanas, "Thirteen" parece estar a ganhar agora o selo de culto. E bem merece! Este filme de 2003, realizado por Catherine Hardwicke, conta a história de Tracy (Evan Rachel Wood), uma miúda de 13 anos que vive com a mãe (Holly Hunter) e o irmão nos subúrbios. Tracy é uma aluna brilhante e uma filha sossegada, que anseia por um pouco da tão almejada popularidade, principalmente na escola. A sua oportunidade de mudança chega na pele de Evie (Nikki Reed), uma das mais cool e famosas miúdas lá da escola. Só que Evie não é uma personalidade muito estável nem uma influência aconselhável e, infelizmente, acabará por conduzir Tracy por um mundo de drogas, sexo, roubo e auto-mutilação, acabando por corromper a inocência e brilho da miúda de 13 anos. No fim, Tracy apenas poderá contar consigo e com a sua família para exorcizar todas as experiências traumáticas pelas quais passou... Thirteen ganha automaticamente pontos na sua original abordagem sem concessões ao universo dos adolescentes americanos dos dias de hoje. Esse realismo é tanto maior pela fotografia e realização do filme, que segue uma vertente de documentário. Basicamente, é como se nós (espectadores) acompanhássemos a vida de uma qualquer adolescente durante x tempo. As suas incertezas, instabilidade nas relações familiares e algumas fragilidade da sua personalidade são aqui captadas de uma forma crua, honesta e hiper-realista. Para isso, o contributo do argumento é assombroso: este foi escrito pela realizadora e por Nikki Reed (a co-protagonista, que se baseou nas suas próprias vivências). Importa também destacar que, de uma só "cajadada", temos acesso a ambas as perspectivas: por um lado, apercebemo-nos das problemáticas e angústias de viver nessa idade ; por outro, constatamos as dificuldades de aproximação e interacção com os pais (neste caso uma mãe sofrida). O elenco é brilhante, com Evan Rachel Wood (a actual namorada de Marilyn Manson) numa interpretação comovente e Holly Hunter (nomeada ao Óscar com este filme), no papel da mãe em desespero. Aconselhável aos pais com filhos nesta faixa etária!
Autárquicas Intercalares CML
sexta-feira, 13 de julho de 2007
Pleasantville - Viagem Ao Passado (1998)
David (Tobey Maguire) é um jovem fascinado com uma série de televisão dos anos 50, "Pleasantville". Certo dia, durante uma discussão com a sua irmã Jennifer (Reese Whiterspoon), algo de estranho ocorre e ambos são transportados directamente para o universo da tal série de TV. David e Jennifer passam então a fazer parte do elenco e envolvem-se na vida daquela peculiar comunidade onde tudo é pacífico, belo e a preto e branco. A pouco e pouco, as suas acções irão despoletar nas outras "personagens" sentimentos que estavam adormecidos e, a partir daí, inicia-se uma revolução cromática em Pleasantville. Este prodígio cinematográfico é uma ode ao encanto proporcionado pelas séries clássicas da televisão americana. Mas o filme vai muito mais além, com mensagens bem pertinentes: naquela localidade, todos vivem com emoções reprimidas (a paixão assolapada não é muito bem vista), os seus habitantes não conhecem mais nada para além daquela terrinha (isolamento) e tudo o que seja diferente é motivo de desconfiança e medo. De facto, a partir do momento em que alguns se começam a exprimir, logo vão ficando coloridos, o que vai causar uma onda de pânico naquela pequena sociedade conservadora e "cinzentona"; começa-se automaticamente a fazer as distinções entre quem é a preto e branco e quem é colorido (racismo). Até a "mãe" de David e Jennifer na série (super competente dona de casa) irá sofrer mudanças radicais, pois, ao querer alargar os seus horizontes e as suas emoções, irá ver-se confrontada com a sua forte natureza (a feminina) e com uma nova paleta de cores. O seu marido é que não vai achar muita piada e tentará, a todo o custo, oprimir a mulher. Pleasantville nunca mais será a mesma!!! Um daqueles filmes em que se aplica a expressão: more than meets the eye!
Underworld, "Born Slippy"
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Feira de Vaidades - Parte 2.0
quarta-feira, 11 de julho de 2007
Y Tu Mamá También - E A Tua Mãe Também (2001)
Paul McCartney, Dance Tonight
Confesso que gosto desta canção! Muita da "culpa" reside no videoclip (brilhantemente realizado por Michel Gondry), que me prende desde a primeira vez que o vi. Agora a canção não me sai da cabeça. Maldito Beatle! ;)
P.S.: A fantasminha Natalie Portman é uma delícia...
terça-feira, 10 de julho de 2007
Feiras de Vaidade
Girl, Interrupted - Vida Interrompida (1999)
Pure White Snow
segunda-feira, 9 de julho de 2007
What Makes Us Human?
É este o título da mais recente série documental a ser exibida na RTP2. O que se procura aqui é desvendar o que nos separa dos animais, com os quais habitamos desde sempre, e nos torna verdadeiramente humanos. Armand Leroi, cientista da evolução das espécies, mostra-nos essas diferenciações, baseando-se nas mutações que ocorrem à nossa volta. Esta série é da autoria de Tim Lambert, responsável também pela realização. Cada episódio tem uma duração de 60 minutos.1º Episódio - Hoje - 00h00
2º e Último Episódio - dia 16 - 23h35
domingo, 8 de julho de 2007
The Virgin Suicides - As Virgens Suicidas (2000)
Ontem consegui aguentar até tarde para rever esta obra-prima, na SIC. Tenho pena que maravilhas como estas sejam relegadas para horários que não lembram a ninguém, enquanto que inanidades ocupam as tardes de fim-de-semana... Mas enfim, o que importa aqui é saudar a beleza e perfeccionismo do trabalho de Sofia Coppola! Estamos perante uma radiografia certeira à perda da inocência, num filme que não hesita em beber nas águas da nostalgia e da melancolia. O argumento centra-se nas irmãs Lisbon, que se tornam os objectos de afeição de um grupo de rapazes "lá do bairro". O grande problema que circunda aquelas raparigas está no poder paternal: a mãe (excelente Kathleen Turner), opressiva e devota dona de casa, impõe respeito e uma moral retrógrada; o pai, mais brando, deambula sem grande contacto com as filhas e sem quaisquer rasgos de emoções. Esses comportamentos irão despoletar consequências trágicas nas suas filhas, começando aqui a narrativa a explorar (e bem) as nuances da teen angst e do way of life da época (anos 70). Quanto aos rapazes, o fascínio incontrolável que detêm pelas irmãs marcará para sempre as suas vidas e permitirá a passagem da adolescência para a fase adulta, sendo toda essa transição embebida em saudosismo... É fenomenal o que a realizadora consegue fazer nesta sua primeira obra: o argumento é simples, mas perturbador pelas ondas de emoções que provoca; a fotografia é belíssima e respeitadora do imaginário daquela altura (as cores pastéis dão a impressão de suavidade e leveza, exactamente o contrário daquilo que o filme acaba por ser); as irmãs são captadas como figuras etéreas, anjos assexuados à mercê dos "demónios" paternais; a banda sonora (a cargo dos Air), complementa o espírito do filme e da era, trazendo a sensação de tristeza e inocência ao de cima; por fim, permite que Kirsten Dunst tenha o seu melhor papel até à data, irradiando luminosidade e ternura por todos os poros. Uma primeira obra imperdível, que nos faz esquecer o trambolhão que foi "Marie Antoinette"...
sábado, 7 de julho de 2007
Devo começar por dizer que as entrevistas no âmbito do Live Earth (aos especialistas ambientais, políticos e empreendedores, por exemplo) são interessantes e fulcrais, para se percepcionar a que nível é que as políticas ambientais são tidas em conta nas diversas esferas de acção. Afinal, não é todos os dias que se pode fazer uma análise objectiva ao "estado do ambiente" e às medidas que as forças políticas vão assumindo nessa temática. O grande problema é que este Live Earth centra-se no conceito de música + consciêncialização ambiental e, nesse sentido, creio que Portugal está a cometer um erro crasso. Tenho acompanhado a emissão do nosso canal público e só vejo celebridades a dar a sua opinião. Ok, não digo que não tenham preocupações ambientais e dicas úteis para o público, mas este evento não está pensado para este tipo de formato. O Live Earth não é isto minha gente! Uma coisa é preencher os poucos "espaços mortos" com tópicos e questões pertinentes relativas ao tema, outra completamente diferente é não deixar fluir o que está programado a nível mundial...sexta-feira, 6 de julho de 2007
Super Bock Super Rock - 5 de Julho
Pois é, lá se passou mais um festival Super Bock Super Rock. Só tive oportunidade de ir ontem, mas devo dizer que foi um dia em cheio! Tive a sorte de ver bandas que me dizem muito e de estar um tempo divinal (até de noite estava com calor...). Gostei de todas as actuações (excepto Anselmo Ralph), em particular as de The Gossip (aquela mulher é genial, a sua energia é contagiante e o público vibrou o concerto todo), Interpol (uma boa estreia em palcos portugueses, segura e até discreta) e Underworld (sim, a Born Slippy é já um clássico e consegue-me arrepiar; a Two Months Off é outra das proezas desta banda). Ao contrário do Creamfields, não houve perdas de tempo em filas nem respostas tortas. Só tenho de dar os parabéns à organização do SBSR pelo seu trabalho. Para o ano quero mais! quarta-feira, 4 de julho de 2007
J. K. Rowling
Confesso que nunca li nenhum dos livros da saga Harry Potter (não me conseguem fascinar, verdade seja dita) mas admiro a capacidade desta autora para fazer o impensável: colocar jovens em todo o Mundo a ler! Se os livros têm qualidade ou não, creio que não seja o ponto mais importante; criar o hábito de leitura desde tenra idade, isso sim, é algo de relevo e que se deve louvar. Portanto, muitos parabéns J.K Rowling!
terça-feira, 3 de julho de 2007
Amizades Perdidas

Relativamente ao Ghost World/ Mundo Fantasma ( Terry Zwigoff, 2001), estamos perante um dos mais recentes fenómenos de culto, baseado nos comic books de Daniel Clowes. Este filme analisa a vida de 2 atípicas teenagers americanas que, ao terminar o liceu, tentam organizar as suas existências de acordo com os planos pré-determinados (inclui-se aqui a partilha de uma casa). Sempre foram as outsiders da turma, com gostos algo excêntricos e uma língua mais que viperina. Até ao dia em que ambas se apercebem que se calhar não têm tanto em comum como julgavam... Esta é uma daquelas raras proezas em que se consegue conjugar perfeitamente o univeros dos comics com os códigos cinematográficos, criando um filme original e provocador. Tão deliciosamente cómico como triste! Com Thora Birch, Scarlett Johansson e Brad Renfro.
Classificação: 4/5
We Are The Night, The Chemical Brothers
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Before Sunrise + Before Sunset
"Before Sunrise" (1995): Numa viagem de comboio, dois jovens travam conhecimento. Ele chama-se Jessie e é um americano na casa dos 20. Ela chama-se Celine, é francesa e tem a mesma idade. A atracção torna-se mais que evidente e ambos decidem passar um dia em Viena, explorando a cidade e os seus habitantes. As conversas decorrem naturalmente, focando um grande número de temas. No final da noite já estão perdidos um pelo outro. A sua odisseia terminará com a inevitável separação, mas com uma promessa de reencontro dali a alguns meses.
Classificação: 5/5
"Before Sunset" (2004): Jessie e Celine reencontram-se passado algum tempo, em Paris. As suas vidas tomaram rumos inesperados, mas a química entre ambos continua inegável. Tanto um como o outro mantêm as suas opiniões muito fortes relativamente às esperanças, ao amor e ao Mundo, se bem que um pouco mais cépticos. É altura de avaliar as emoções e as oportunidades que ficaram perdidas no tempo...
Classificação: 5/5
Richard Linklater foi o responsável por estas emblemáticas obras independentes. O primeiro filme rapidamente conquistou a aura de culto um pouco por todo o Mundo; o segundo viu o seu realizador e os seus dois actores a serem nomeados para o Óscar de Argumento Original. Imperdíveis filmes para quem aprecia obras geracionais e possuidoras do verdadeiro espírito independente americano. São também uma óptima alternativa ao romance made in Hollywood.
Ao que parece...
domingo, 1 de julho de 2007
Young Adam
Desiludiu-me bastante este filme de David Mackenzie, que tive oportunidade de ver na 6ª feira à noite, na RTP1. Tinha criado algumas expectativas, até porque internacionalmente este filme teve um hype bastante positivo. É caso para dizer "muito fumo para pouco fogo". A história resume-se a Joe (excelente Ewan McGregor), um rapaz de poucas falas e algo perdido que trabalha numa velha embarcação com um casal (Leslie e a mulher Ella). Certo dia, encontram um cadáver à deriva, que levará a uma intensa investigação policial. No entanto, Joe esconde mais do que aquilo que revela e até a sua relação com Ella assumirá outras dimensões... No fim de contas, o que aqui se passa é um desfilar de cenas sexualmente provocadoras para abafar um argumento algo desinspirado, apesar de boas interpretações. O tom do filme é negro, soturno mas infelizmente a questão da culpa (que poderia ser um tema forte) não alcança um nível sequer interessante, porque percebe-se que não houve intenção de ser aprofundada. Ficamos apenas com uma boa composição de Ewan McGregor, uma boa fotografia e pouco mais.
















Blonde Redhead, "23". Muito, muito bom!


