Até Ao Limite..."Morrer em Las Vegas" é decididamente uma das pérolas de culto dos anos 90! Este poderoso filme segue o percurso de auto-destruição de um argumentista alcoólico, que decide ir para Las Vegas para beber até morrer. Ele chama-se Ben e já não tem mesmo nada a perder na sua vida desregrada. Já na Cidade do Pecado, trava contacto com uma jovem prostituta, Sera, e entre ambos estabelece-se uma atípica relação de respeito e partilha, em que cada um promete não interferir na vida do outro. "Morrer em Las Vegas" é um drama brutal que confirma o quão bom actor Nicolas Cage pode ser quando é bem dirigido e quando tem realmente um papel para desempenhar. Quanto a Elisabeth Shue, nunca a vimos tão vulnerável e despojada; tenho muita pena que ela nunca mais tenha encontrado um papel desta dimensão e profundidade, porque é de facto uma grande actriz. A banda sonora, quase toda a cargo de Sting, apenas vem realçar a melancolia e auxiliar no desenrolar da própria narrativa. Nunca a luminosa Las Vegas foi captada de forma tão crua, como um local de seres perdidos que deambulam sem nenhum tipo de esperança numa possível redenção. O estilo de realização de Mike Figgis é soberbo e inquietante ao caminhar entre o melodrama e a reportagem ficcionada, trazendo a incómoda sensação de realismo e solidão ao de cima. Os diálogos são revestidos de uma franqueza tal que acabam por ferir algumas das susceptibilidades do espectador e fincar pé nas paredes da memória. Nicolas Cage acabou por ganhar o Óscar de Melhor Actor com este espantoso desempenho e Elisabeth Shue só não levou o prémio para casa porque nesse ano competiu com Susan Sarandon. Juntos, formam neste filme inesquecível um dos mais belos pares do cinema contemporâneo!
Classificação: 5/5
Um comentário:
Aprendi muito
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